O que a PEC 55 tem a ver com as mulheres? Com o objetivo de responder a essa pergunta, o Coletivo de Mulheres da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) lança, no dia 25/11, uma campanha com ilustrações sobre o tema. Esse ano, o principal mote é a PEC 55 e os impactos para as mulheres e uma peça sobre violência institucional. Se aprovada, a PEC irá atingir setores estratégicos para o desenvolvimento econômico e social do país, como saúde e educação. De acordo com a engenheira química e diretora da mulher da Fisenge, as mulheres serão as primeiras atingidas. “O Estado brasileiro precisa, sim, de uma reorganização fiscal, mas não com uma PEC, que irá congelar investimentos públicos em áreas estratégicas por 20 anos. As mulheres já acumulam jornada de trabalho e, com a falta de investimentos, vamos sofrer com falta de creches, escolas, universidades públicas, hospitais, tratamentos de saúde, sem contar que somos as primeiras nas listas de desligamentos no mercado de trabalho”, explicou.
Todo o orçamento federal será estagnado, menos o pagamento da dívida pública para os bancos. “Lutar contra a PEC 55 significa lutar pelos direitos de todas as mulheres e de toda a sociedade brasileira”, alertou Simone. As ilustrações são de Maria Hallack.
A campanha
O Brasil é o quinto país do mundo em número de assassinatos de mulheres, segundo o Mapa da Violência de 2015. Esse e outros dados de violência de gênero foram reunidos no Dossiê Feminicídio, lançado em novembro pelo Instituto Patrícia Galvão. O dia 25 de novembro foi declarado Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, no Primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe realizado na cidade de Bogotá em 1981, como justa homenagem a “Las Mariposas”, codinome utilizado em atividades clandestinas pelas irmãs Mirabal, heroínas da República Dominicana brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960.