Para Paulo Nogueira Batista Jr., as empresas instaladas no Brasil não têm comprometimento com o desenvolvimento nacional

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Durante palestra no VII Simpósio SOS Brasil Soberano – A engenharia, as eleições e o desenvolvimento do Brasil, nesta sexta-feira (21), o economista criticou a falta de comprometimento das empresas instaladas no país com o desenvolvimento nacional, apesar de o Estado, ao longo de décadas, ter apoiado seus investimentos. “Este apoio do Estado à empresa privada nacional, não entendo por que não foi correspondido”, afirmou. “Os governos nunca conseguiram criar um polo de apoio político do empresariado que os sustentasse ao longo do tempo.”

A dificuldade de o empresariado construir um projeto de longo prazo com o Estado deriva, segundo ele, do fato de um desenvolvimento soberano implicar justiça social. O que as elites e as classes médias rejeitam.

“O capitalismo é nacional mas sem burguesia nacional. Ela não corresponde ao que se entende por burguesia nacional nos modelos clássicos de desenvolvimento”, explica. “Somos como vira-latas crônicos, vítimas de concepções idealizadas do que dá certo nos outros países.”

Considerando o tripé de desenvolvimento proposto pelo economista João Paulo dos Reis Veloso, que envolve Estado, capital internacional e nacional –, Nogueira Batista Jr. observa que as elites brasileiras atuam de forma “serviçal, desconectada do povo”. E a essa ação precária, correspondeu uma maior presença do Estado. “O capital nacional sempre foi fraco; compensado pela ação do Estado.”

O VII Simpósio SOS Brasil Soberano comemorou os 25 anos de existência da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), realizado no auditório do Clube de Engenharia, com a participação ainda do ex-ministro Celso Amorim e do diretor técnico do Diesse, Clemente Ganz.

Foto: Adriana Medeiros

 

Por: Verônica Couto/SOS Brasil Soberano