A ONG Justiça Global denunciou estado do Rio de Janeiro à Organização das Nações Unidas pelo número de mortes causadas por agentes de segurança.
Na sexta-feira, a ONG enviou um informe para a Relatoria de Execuções Extrajudiciais Sumárias e Arbitrárias da ONU, pedindo que o Brasil seja cobrado internacionalmente por violações de direitos humanos.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, nos dois primeiros meses deste ano, ocorram 182 Homicídios Decorrente de Oposição à Intervenção Policial, o que representa um crescimento de 70% em relação ao ano passado.
A justiça global pede que a Secretaria de Segurança Pública seja responsabilizada por estas mortes. Segundo a pesquisadora da ONG Lena Azevedo, diz que muitas crianças estão sendo vítimas de ações policiais:
“Foi o caso da Maria Eduarda, na Fazenda Botafogo, além do video amplamente divulgado de dois policiais executando dois meninos nessa mesma região da Fazenda Botafogo.”
Para Lena Azevedo, o apelo a ONU tem como objetivo pressionar que o Brasil cumpra os tratados internacionais de direitos humanos.
“Quando a gente envia um informe desse para a ONU ou para OEA, é uma espécie de cobrança que a gente faz aos organismos internacionais para que cobrem o estado brasileiro cumprir aquilo que se comprometeu a fazer.”
O documento enviado à ONU pede o Estado brasileiro promova a desmilitarização de suas polícias e passe a investigar e responsabilizar, de fato, os autores de execuções sumárias.
A Justiça Global denuncia o que chama de racismo é estrutural no país citando que negros morrem 2,6 vezes mais que os brancos por armas de fogo.
O relatório diz que o Brasil vive um estado de guerra permanente não declarado que deixa vítimas não só entre os civis e cita que somente em 2015, 393 policiais foram assassinados.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança do Rio disse que como não foi procurada pela Justiça Global nem pela ONU não vai se pronunciar sobre o tema no momento.
Publicado originalmente na Radioagência Nacional