As lutas do Sindicatos dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro sempre foram aquelas do povo trabalhador brasileiro. Em um Brasil plural e profundamente diverso, mas ainda dominado por forças históricas racistas, homofóbicas e misóginas, está óbvio o lado da classe trabalhadora explorada e oprimida. Porque nos reconhecemos naqueles e naquelas que cerram fileiras conosco: somos nós cada mulher trabalhadora que sofre com o machismo cotidiano. Também somos a população negra que, desde a invasão europeia, é a força de trabalho que construiu e constrói o país. Nós somos os LGBTQI+, trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam um preconceito brutal diariamente.
O 28/06 lembra um dia de luta, em 1969, quando travestis, transsexuais, lésbicas e gays se organizaram em rebelião contra a opressão do braço armado da burguesia conservadora, em um bar americano. Mas o Senge RJ celebra outras peças desta história de conquista de direitos e visibilidade.
Como toda luta coletiva, a batalha contra a homotrasfobia foi travada em rede e, no Dia do Orgulho, lembramos, para além do levante de Stonewall Inn, os primeiros movimentos de organização LGBTQIA+ no Brasil, na década de 1950; os movimentos e lideranças perseguidos pela ditadura em todo o Brasil, até o final dos anos 1970; o grande protesto LGBTQIA+ em 1980, com os movimentos de esquerda, feminista e negro em São Paulo; o levante do Ferro’s Bar, em 1983, que deu origem ao dia do Orgulho Lésbico e as primeiras marchas e paradas brasileiras, a partir dos anos 1990.
Todas essas batalhas do passado são lembradas por nós, hoje, para que sigamos construindo, como trabalhadores que somos, um futuro em que todos os preconceitos serão definitivamente extintos, após seu reconhecimento e reparação.
Mais que a identidade que nos une como trabalhadores, o inimigo também é o mesmo: somente juntos e juntas derrotaremos o fascismo que ganhou força no mundo nos últimos anos. Em setembro de 2023, ao final do 13º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros, o Senge RJ foi um dos signatários da Carta do Rio de Janeiro, documento que orienta as lutas e bandeiras dos sindicatos filiados à Federação Interestadual dos Sindicatos de Engenheiros – Fisenge. Na carta que norteia nossa atuação política e sindical, nos posicionamos oficialmente:
“O fascismo atua com a pedagogia do medo, movendo ódio, mentira e desinformação; e as redes sociais amplificam esse movimento. Os discursos de ódio atingem, principalmente, as mulheres, população negra, indígena e LGBTQIAP+.” – Trecho da Carta do Rio, 2023
O Senge RJ celebra o Dia do Orgulho LGBTQIA+ e soma sua voz àquelas que seguem nas lutas pelo direito ao casamento garantido por lei, pelo enfrentamento e eliminação da homotransfobia na sociedade brasileira, por mais oportunidades e visibilidade para LGTQIA+ e todas as populações mantidas na periferia em espaços onde, por direito, deveriam ser protagonistas. Sabemos que vivemos um tempo em que os próprios valores civilizatórios estão ameaçados. Enfrentaremos juntos. Venceremos juntos.
A Diretoria
Foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil
Fonte: Senge-RJ