Um capítulo sombrio nas páginas da História. O Brasil poderá ratificar hoje (11/5), no Senado, uma farsa com o aceite do afastamento de Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita para a presidência da República. Nos bastidores da plutocracia brasileira, foi traçada uma conspiração, que atende à lógica do poder econômico e do coronelismo. O Congresso Nacional é o símbolo das dinastias dos sobrenomes abastados e do balcão de negócios, que amordaça os princípios democráticos e republicanos a cada dia. A atuação dos meios de comunicação pela manipulação da informação e instalação do pensamento hegemônico é um atentado à cidadania. Precisamos aprofundar a nossa democracia com representatividade, participação popular e controle social. A lógica de direitos precisa prevalecer sobre a de privilégios, e são necessárias e urgentes: a reforma tributária, a taxação de grandes fortunas e heranças, a auditoria cidadã da dívida pública e a democratização dos meios de comunicação. Estes são elementos essenciais para a reforma do sistema político brasileiro.
11 de maio de 2016 é uma data que entra para a História com a afirmação da tragédia democrática. 11 de maio de 2016 também entrará para a História com a unificação das lutas populares e da classe trabalhadora. As ruas continuarão sendo nossas, do povo brasileiro. Seguiremos determinados pelo fortalecimento do movimento sindical, defendendo direitos e conquistas sociais e trabalhistas. Com coragem, continuaremos lutando contra o retrocesso. A luta continua! (Imagem: “Operários”, quadro de Tarsila do Amaral, 1933)
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)
Rio de Janeiro, 11 de maio de 2016
