Setor elétrico: Planalto adia reunião e movimentos sociais mantêm manifestação contra a privatização

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Encontro havia sido marcado na semana passada após movimentos pressionarem o governo contra as privatizações no setor elétrico

Em reunião, hoje (27/1), em Brasília, com representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários, o secretário da Presidência da República, Vagner Caetano, confirmou o adiamento do encontro para o dia 3/2. No dia 19/1, os ministros Jacques Wagner, da Casa Civil, e Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo se comprometeram com uma resposta aos movimentos para a data de hoje (relembre aqui). Desde o período da manhã, milhares de manifestantes ocupam as ruas em todo o país, bloqueiam rodovias e, em Brasília, o Ministério da Fazenda foi ocupado pelos movimentos. “A grande jogada do governo é adiar a reunião para o mesmo dia da reunião do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento] sobre a privatização da Celg, em Goiás. O problema não é adiar, mas sim manter a audiência de privatização”, afirmou Gunter Angelkorte, diretor da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge).

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A Celg distribuidora foi inserida no Plano Nacional de Desestatização em maio de 2015. Nessa manobra, o maior beneficiário será o governo de Goiás, liderado por Marconi Perillo (PSDB), uma vez que 49% do dinheiro da privatização irá para o governo do estado. Com 99% das ações da empresa em 2012, o governo goiano tinha uma dívida de R$6,4 bilhões com o governo federal (R$2,4 bilhões com a Eletrobras). A tática de Perillo foi jogar a conta para o governo federal passando 51% das ações para a Eletrobras. “Esta é mais uma das contradições. Além de romper com promessas históricas contra a privatização, o governo federal irá beneficiar um dos setores mais retrógrados, conservadores e mercantilistas do país. Não permitiremos a entrega patrimônio público”, afirmou Gunter.

Durante a reunião, os movimentos afirmaram que vão manter a mobilização nacional até que haja uma resposta coerente do governo e comprometimento de não privatização. A entrega da Celg ao capital privado pode significar um exemplo para privatizar outras distribuidoras nos estados Alagoas, Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.