O Coletivo de Mulheres do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG) realizou, no dia 31 de maio, o workshop “Liderança Feminina na Engenharia”, que teve como objetivo discutir as formas de empoderamento da mulher e as melhores estratégias para alcançar e manter a liderança. O evento contou com a participação de profissionais da Engenharia, diretoras e funcionárias do Sindicato e demais interessadas.
Anildes Lopes Evangelistas, diretora do Senge-MG e membro do Coletivo de Mulheres, explica que o objetivo do workshop foi dar continuidade à discussão iniciada na primeira reunião do grupo. “As mulheres, muitas vezes, estão preparadas para assumir novos postos e funções, mas não se dão conta disso. Queremos qualificar e preparar mais ainda as mulheres para liderarem seus espaços de trabalho, suas empresa, onde quer que elas atuem, para que haja o empoderamento feminino”, revela.
A diretora da Mulher da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Simone Baía, participou do evento e considera a criação do Coletivo de Mulheres do Senge-MG e o workshop uma iniciativa muito positiva. “É um avanço nas nossas bases. Este é um anseio antigo do Coletivo de Mulheres e da diretoria da Mulher da Fisenge, que fossem criados os coletivos estaduais, para que possamos colocar em prática políticas locais. Com esse momento, vejo a concretização do nosso ideal”, afirma.
Reunião do Coletivo
Ainda no dia 31 de maio, o Coletivo de Mulheres do Senge-MG realizou sua segunda reunião. Na ocasião, foram feitas propostas para o andamento dos trabalhos do coletivo, entre elas de realizar uma pesquisa, através do Dieese, sobre o perfil da mulher mineira e, com base nos resultados, desenvolver estratégias para dar continuidade às discussões. Além disso, o coletivo pretende organizar um calendário de eventos para 2014, para que os temas levantados nas pesquisas possam ser discutidos com o público.
Engenheiras aprendem técnicas de liderança em workshop do Coletivo de Mulheres
Saber realçar seus pontos fortes e adquirir e exercitar novas habilidades são atitudes fundamentais para as mulheres que almejam chegar aos postos de liderança. Foi essa premissa que iniciou o workshop “Liderança Feminina na Engenharia”, realizado pelo Coletivo de Mulheres do Senge-MG, no dia 31 de maio. A frase acima abriu a palestra “Liderança Feminina em Foco”, ministrada pelas consultoras organizacionais da RT Consulting, Valéria França e Rosana Tozelli. Segundo as consultoras, a mulher já possui as características procuradas pelo mercado atualmente, como a intuição e a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo. Porém, necessitam aprimorar alguns aspectos. “É fundamental que a mulher mantenha suas características em um ambiente predominantemente masculino. No entanto, ela vai precisar desenvolver novas habilidades, entre elas a inteligência emocional, que é saber controlar suas emoções para que seja possível reagir da maneira adequada diante das mais diferentes situações”, afirmou Valéria.
Rosana Tozelli destacou que a criação do Coletivo de Mulheres do Senge-MG foi o primeiro passo para o empoderamento das engenheiras. No entanto, é preciso investir cada vez mais em capacitação. “As mulheres têm que estar preparadas. Por isso, é de extrema importância que elas invistam em capacitação, que busquem sempre novos conhecimentos e novas habilidades”, alertou.
As consultoras reforçaram a necessidade de se sair da zona de conforto, de mudar e correr riscos. “É importante que as mulheres entendam que devem quebrar paradigmas. Por exemplo, a presença feminina é maior nas áreas de educação e saúde e quase imperceptível na área de tecnologia. Isso acontece porque as mulheres foram educadas para achar que foram feitas para essas áreas. Não há nenhum impedimento para que elas procurem a área da tecnologia, da Engenharia e, com isso, entrem nas áreas que remuneram melhor”, afirma Rosana.
Rendimentos
Valéria França comentou sobre a desigualdade de salários existente entre os gêneros. “A questão salarial é um dos grandes desafios para as mulheres. Em áreas iguais, com as mesmas tarefas, a mulher ainda recebe menos do que o homem. Mesmo com 12 anos de estudo a mais, continuamos recebendo salários menores, realizando o mesmo trabalho”, disse. Segundo a consultora, a mulher tem que investir além da educação. “A capacitação é um diferencial. Não basta estudar, é preciso trabalhar as habilidades que temos e adquirir as que não temos se quisermos acabar com esta desigualdade”, reforçou Valéria