O governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, autorizou a abertura de concurso público para a contratação de 94 engenheiros civis no cargo de Agente Profissional do Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE). O edital 091/2012 pode ser consultado no endereço www.cops.uel.br.
A medida poderia ser o início da reestruturação dos combalidos quadros de engenharia paranaense. Porém, os vencimentos oferecidos pelo governo do estado para uma jornada de 40 horas são de R$ 2.822,51, que corresponde a pouco mais da metade do salário mínimo profissionais diplomados em engenharia, fixado na Lei 4950-A/66.
Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), Ulisses Kaniak, o salário oferecido aos profissionais de engenharia civil é muito inferior à média atual do mercado. “Ficamos profundamente consternados com a notícia desse concurso, que oferece uma remuneração muito inferior à dos profissionais que são regidos pelo regime de CLT, que devem receber, no mínimo, R$ 5.598,00 por mês. O resultado disso será um concurso esvaziado, em que os poucos que se interessarem por assumir as vagas logo deixarão os quadros do estado por oportunidades melhores”, lamentou Kaniak.
Além disso, desde o início do atual govern, o Senge-PR, ao lado do Crea-PR e outras entidades, vem realizando encontros com diversos secretários de estado, ressaltando justamente o baixo salário pago aos engenheiros do setor público. Em julho deste ano, uma comissão composta por representantes do Crea-PR, Senge-PR, Associação dos Engenheiros do Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná (Aeder) e Associação dos Engenheiros Estatutários do Paraná, apresentou ao secretário da Administração Jorge Sebastião de Bem, as possíveis soluções para a questão salarial e valorização da carreira da Engenharia Pública no Paraná, intrinsecamente ligada à capacidade de desenvolvimento do estado.
“Infelizmente, parece que o atual governo do Paraná não está disposto a resolver realmente o problema. Fazemos nossas reivindicações, apontamos os problemas e possíveis soluções, mas as respostas que recebemos são totalmente contrárias ao discurso. Com a baixa remuneração, mais do que os engenheiros quem sofre é o estado por não conseguir manter em seus quadros profissionais capacitados, que têm buscado e conseguido melhores oportunidades no mercado de trabalho. E, mais que o estado, os paranaenses que deixam de ser atendidos por políticas públicas ligadas à engenharia”, conclui Kaniak.
Fonte: Senge-PR