Paralelo às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017, os trabalhadores do sistema Eletrobras realizam, na última sexta-feira (15), um Dia Nacional de Paralisação para denunciar as ameaças de privatização no setor elétrico federal. Desde o ano passado, com o anúncio da privatização da Celg-Distribuidora, de Goiás, trabalhadores e movimentos sociais organizam protestos, audiências públicas e repudiam as propostas de vender empresas essenciais à soberania energética do país. Relembre aqui.
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O Coletivo Nacional do Eletricitários, em boletim especial sobre o Dia Nacional de Paralisação, ressaltou os resultados imediatos das privatizações: “Os noticiários da grande imprensa dão como certa a privatização das distribuidoras de energia do Sistema Eletrobras, um crime de lesa pátria, que certamente se expandirá para as demais empresas da Holding, como Furnas, onde são constantes os comentários de abertura do seu capital. Os resultados desse processo todos já sabem: demissões em massa, terceirização maciça, inclusive das atividades fim, precarização dos serviços para a população, achatamento de salários, perdas de direitos, ou seja, tudo aquilo que o modelo neoliberal prega para como regra para a economia. O governo ilegítimo que por hora esta no comando do país não tem nenhum compromisso com as em presas do Sistema Eletrobras e os trabalhadores, pois não foi eleito democraticamente, mas colocado nessa posição por um golpe jurídico e parlamentar. O papel a ser cumprido por ele é bem claro, privatização a toque de caixa para agradar os mercados”. Leia o boletim completo aqui
Hoje (18), em entrevista ao portal G1, o ministro de Minas e Energia do governo interino, Fernando Bezerra Coelho Filho, afirmou que, após o leilão da Celg-D, marcado para agosto, o plano é privatizar as distribuidoras de energia de Alagoas (Ceal) e Piauí (Cepisa). O edital de leilão da Celg-D foi publicado um dia após Michel Temer, presidente em exercício, baixar uma medida provisória facilitando o processo de privatizada das empresas do setor elétrico.
A Eletronuclear, no Rio de Janeiro, vive situação ainda mais delicada. O presidente da empresa, Pedro Figueredo, foi recentemente afastado do cargo por determinação do Ministério Público Federal, para que não atrapalhasse as investigações no âmbito da operação Lava-Jato que envolvem o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro, preso no final de 2015. “Existe um clima de preocupação com o futuro da empresa e entendemos que a defesa da empresa pública é essencial”, afirmou Gunter Angelkorte, diretor da Fisenge e trabalhador da Eletronuclear. “O governo golpista começa a falar em privatização e em dissolver a empresa. A gestão da empresa precisa ser discutida com os trabalhadores”, defende ele.