Milhares de pessoas, a maioria mulheres, realizaram uma manifestação em diversas cidades de todo o país, na tarde deste domingo (8/11), com o objetivo de exigir justiça no caso Mari Ferrer. Acusado de estupro pela influenciadora, o empresário André de Camargo Aranha foi inocentado pela Justiça do Paraná. O juiz acatou o argumento de que ele “não teve intenção” de violentar a vítima, alegando “estupro culposo”.
De acordo com a engenheira e diretora da mulher da Fisenge, Virginia Brandão, este é o retrato da injustiça que acomete principalmente mulheres e população negra. “Todas as feministas do país estão indignadas com esse julgamento, que não foi o julgamento do estupro, e sim da própria Mariana Ferrer. É absurdo o que acontece na justiça no país. Chega de acabarem com os direitos das mulheres! E o mundo inteiro está vivendo esse tipo de mobilização. No Brasil, não podemos deixar que a Justiça continue agindo sempre contra os negros, os pobres e as minorias, favorecendo quem tem muito dinheiro”, alertou. Durante os atos, foi lido um manifesto que clamava: “queremos viver num mundo em que as mulheres e as meninas não sejam estupradas diariamente”.
“Precisamos denunciar mais esse absurdo de uma justiça machista e a serviço dos poderosos. Não é possível que a sociedade continue criminalizando as vítimas. Estupro sem intenção de estuprar não existe”, disse Marlene Miranda, Secretária de Mulheres da CUT-Rio de Janeiro, presente no protesto que lotou a Cinelândia.
Foto: divulgação CUT