Mais de 3.200 trabalhadores da Minuano alimentos paralisaram suas atividades na tarde desta quarta-feira (24) na cidade de Lageado (RS), vale do Taquari. Eles se juntam à paralisação dos funcionários da Perdigão, que ocorre desde a manhã desta terça-feira (23) neste mesmo município. O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação, Cairo Reinhardt, explica que a paralisação é conseqüência do não-avanço nas negociações salariais com as empresas.
“Agora cem por cento dos trabalhadores da Minuano estão parados. Todos estão conscientes de que o salário que estão ganhando não é justo. Na ultima negociação, nós deixamos a proposta de 7,5 % de reajuste salarial e 12,5% de reajuste no piso. Agora estamos aqui aguardando a proposta da empresa para encaminharmos aos trabalhadores”, comenta.
Desde o ano de 2006, a Minuano Alimentos presta serviços para a Sadia e Perdigão. Desta forma, salienta Cairo, estas paralisações que ocorrem podem ser o reflexo ou os primeiros resultados da nova mega empresa, a Brasil Foods alimentos (BRF). “Está aí a intransigência da proposta da Perdigão em uma negociação. Agora não é só a Perdigão, mas a BRF alimentos com a Sadia Junto. E esta empresa que também está parada agora, a Minuano, presta serviço para eles. Então, o primeiro cartão de visitas dessa nova empresa é essa intransigência na mesa de negociação”, conta.
Os empregados da Perdigão reivindicam aumento de 7,8% nos salários, enquanto a empresa oferece 4,9% em Maio e 1% em Setembro. Cairo afirma que sem acordos, as paralisações nas fábricas transcorrem por tempo indeterminado.
Fonte: Jornal Brasil de Fato
Joel Felipe Guindani
Porto Alegre (RS)