Metalúrgicas querem presença maior na vida sindical e fim da violência contra mulher

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Trabalhadoras de todo o país participaram de várias atividades do intercâmbio promovido pela CNM/CUT

Com a participação no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC, foi encerrado na noite desta quinta-feira (3), o Intercâmbio de Mulheres Metalúrgicas da CUT. A atividade, iniciada na terça-feira (1º), foi promovida pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e reuniu 20 trabalhadoras de todo o país.
Ao longo dos três dias, elas vivenciaram as mais diversas experiências sindicais: participaram de ato em favor de trabalhador norte-americano na Nissan; reuniram-se com mulheres dirigentes do Coletivo de Mulheres da CUT, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, do Macrossetor da Indústria da CUT; fizeram panfletagem na Ford de São Bernardo do Campo e trocaram informações sobre a realidade local que vivenciam no seu cotidiano sindical.
“Elas expandiram a visão que tinham da realidade de outras regiões. Abordamos bastante as dificuldades e aspectos positivos de cada estado. O intercâmbio cumpriu o papel de trazer a interação nacional da mulher metalúrgica e como podemos enfrentar os problemas”, comentou Marli Melo, secretária da Mulher da CNM/CUT.
Participação
Para Lenira Campos da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre (RS), o intercâmbio trouxe uma visão positiva da mulher metalúrgica da CUT de São Paulo: “As trabalhadoras daqui são mais unidas e participam ativamente das ações sindicais. Já no sul, temos dificuldade de unir as companheiras; elas não têm consciência da sua importância na participação política. A mudança só será possível quando enfrentarmos o preconceito e desafios de cabeça erguida”.
Já Marluce Ribeiro Castelo Branco, secretária da Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, disse o intercâmbio superou suas expectativas. Para ela, um dos destaques foi a visita à Ford, onde conversou com as mulheres do chão de fábrica. “Foi uma atividade interessante, pois elas estão muito mais avançadas em relação a alguns direitos, como, por exemplo, a licença maternidade de 180 dias. E o mais surpreendente é que, mesmo com essas vitórias, elas continuam lutando por melhores condições de trabalho”, enfatizou.
Marluce informou também que pretende realizar um congresso das trabalhadoras metalúrgicas de seu Estado. “Este congresso do ABC é referência para todas as metalúrgicas. A presença feminina nos postos de trabalho em Manaus é forte, mas a participação na vida sindical ainda precisa ser motivada. Por isso, o congresso é uma forma de atrair a mulher metalúrgica para a entidade”, finalizou.
Não à violência
Outro foco debatido durante o Intercâmbio foi a luta pelo fim da violência contra a mulher. O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, destacou a importância do tema sempre ter projeção nas ações sindicais. “Quando falamos em violência não é apenas a física, mas também moral. Violência é a falta de respeito, é não dar as mesmas condições de trabalho, é o homem acreditar que a trabalhadora não faz parte do processo de mudança do país”, disse.
3º Congresso das Metalúrgicas do ABC
Na noite desta quinta-feira (3), as 20 trabalhadoras iniciaram a sua participação no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC, que tem como tema Mulheres, Participação e Conquistas. O evento aconteceu na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP).
A secretária da Mulher da CNM/CUT foi uma das lideranças que compôs a mesa de abertura do evento. Em sua saudação, destacou os frutos da luta pela inserção das mulheres no mercado de trabalho e nas lideranças dos sindicatos. “A presidenta Dilma (Rousseff) é exemplo para nós. Se ela conseguiu o cargo máximo do país, nós também podemos ampliar a participação da mulher no movimento sindical. É nosso dever lutar pelo aumento da mão de obra feminina no mercado de trabalho, com igualdade de oportunidades e de salário, além de defender mais políticas públicas afirmativas”, disse.
Ao lado de Marli, estiveram presentes na abertura o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho, a secretária executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Lourdes Bandeira, o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, o presidente e a diretora executiva do Sindicato do ABC, Rafael Marques e Ana Nice, que coordena a Comissão de Mulheres da entidade, além de parlamentares e outras lideranças. Na mesa de abertura os convidados abordaram a trabalhadora como protagonista das mudanças no seu dia a dia nas fábricas e na sociedade.
Escrito por: Shayane Servilha – CNM/CUT