A mesquinhez e o descaso demonstrado pela direção da Eletrobras no processo de negociação salarial provocaram uma profunda indignação entre os profissionais da empresa que, em resposta à postura patronal, decidiram fazer uma paralisação no dia 8 de junho.
A gota d’água para a decisão ocorreu na rodada do último dia 27, quando a equipe de negociadores da Eletrobras apresentou a contraproposta à pauta de reivindicação nacional dos funcionários.
De acordo com a contraproposta, o reajuste seria de apenas 4,2% para os salários e todos os benefícios. Além disso, o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (DEST) está querendo propor que o reajuste aos eletricitários seja proporcional ao salário.
A possibilidade de os funcionários das empresas Ceron e Cepisa não receberem a particpação nos lucros e/ou resultados foi outra informação que deixou revoltada a categoria. Segundo alegação dos representantes da Eletrobras Distribuidora, isso ocorreria porque as duas empresas teriam dado prejuízo. Por outro lado, afirma-se que os profissionais da Ceal e a Eletroacre deverão receber duas folhas como participação de lucros e/ou resultados.
O Senge-PE tem participado ativamente de todas as rodadas de negociação e, segundo o presidente do Sindicato, Fernando Freitas, a paralisação será um importante instrumento no processo de luta dos eletricitários, pois demonstra que a categoria está organizada, unida e disposta a não abrir mão de seus direitos e conquistas.
Uma nova rodada de negociação está marcada para os dias 18 e 19 de junho. Antes disso, no dia 9, haverá uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, sobre a Eletrobras. A audiência foi pedida pelo deputado Eduardo Valverde, do Partido dos Trabalhadores de Roraima (PT-RO).
