Aconteceu nesta terça-feira, dia 16, uma Mesa de Energia com representantes do Governo Federal e da Plataforma Operária e Camponesa pela Energia para debater a atual conjuntura do setor elétrico. Uma das principais pautas foi a realização dos leilões de petróleo e a possível privatização das usinas que não renovaram as concessões, como o caso da Celesc (SC), Copel (PR) e Cesp (SP) e Cemig (MG). De acordo com o representante da Fisenge na Plataforma, Ulisses Kaniak, o setor de energia é estratégico para o país e deve assumir controle estatal. “A preocupação imediata é a Usina Três Irmãos, da Cesp, pois o contrato terminou no final do ano passado e pode ir a leilão a qualquer momento e cair nas mãos do capital privado. O contrato das demais usinas vai terminar em 2015. Num cenário mais otimista, a Eletrobras pode entrar no leilão e assumir o controle estatal”, apontou.
Segundo o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski, o Ministério de Minas e Energia já está encaminhando o processo de licitação, por meio das portarias 117 e 123. “Estas duas portarias abrem as portas para o processo de privatização das usinas. Ao todo, estão em jogo mais de 10 mil megawatts”, contou. Outra questão que vem preocupando os trabalhadores e movimentos sociais são os leilões de petróleo. O governo já anunciou, para maio, a 11ª rodada de leilão de petróleo e já estão previstas mais duas. “Cerca de dois PIBs brasileiros podem ir a leilão e isso é um prejuízo econômico e social muito grande para o país. É preocupante a realização de leilões num momento que a Petrobras passa por dificuldades financeiras e não pode entrar na licitação, o que amplia a possibilidade de entrada do capital internacional. Durante o tempo sem leilões, não houve qualquer risco de desabastecimento no país. As rodadas representam a mesma entrega que fizemos com o nosso ouro, pau Brasil, etc”, pontuou o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Antonio Moraes. Ulisses Kaniak é enfático: “Mais do que nunca é preciso mobilização popular na defesa de setores estratégicos para a soberania do país”.
O diretor da Fisenge, José Ezequiel Ramos acredita que a Mesa de Energia é um espaço de interlocução essencial para potencializar o esforço dos trabalhadores, tanto do campo como da cidade. “Saímos da reunião com o encaminhamento de três reuniões anuais para levar as demandas dos trabalhadores ao governo federal. Precisamos assumir um caráter nacionalista do setor de energia como um todo. É preciso que o governo assuma mais empresas do campo estratégico”, finalizou.
Também participaram da Mesa de Energia, os diretores da Fisenge: Fernando Freitas, Fernando Jogaib e Gunter Angelkorte.