Manoel Barretto fala sobre a prática do movimento sindical

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“Valeu a pena”, assim define o ex-diretor da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Manoel Barretto, sobre a criação da federação. Barretto foi vice-presidente de 1993 a 1995, diretor executivo nas gestões de 1995 a 1997 e de 1997 a 1999. Hoje, Manoel Barretto é presidente da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e destaca a articulação dos sindicatos cutistas na Engecut (Entidade de engenheiros da CUT), que atuava de forma organizada dentro da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), antes da ruptura para a construção da

Como foi o momento político de construção da Fisenge?

Naquele momento, ainda lutávamos para assegurar as liberdades democráticas, haja vista o recente processo de redemocratização do país, e sempre empenhados na construção de um projeto de nação solidário e justo. Estava na nossa agenda política o fortalecimento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do movimento sindical como um todo. Este, inclusive, foi uma das causas de ruptura com a FNE. Sempre defendemos a autonomia, a independência e a valorização de entidades sindicais voltadas aos interesses dos trabalhadores. A consolidação da Fisenge, durante o Congresso Nacional em Belo Horizonte, foi um fato histórico no movimento sindical e uma vitória muito grande.

Foi exatamente nos anos 1990 que aconteceu a implantação e o fortalecimento do projeto neoliberal. Como foi a atuação do movimento?

Nessa época, nos anos 1990, foi dado início ao processo de privatização do serviço público, especialmente o setor elétrico. A Fisenge, por meio de seus sindicatos filiados, esteve à frente desta luta contra a privatização do setor elétrico com manifestações e denúncias. Até hoje, a sociedade ainda sofre com as consequências das privatizações.

Qual a diferença entre os movimentos sindicais à época?

Viemos com uma outra prática: a de um trabalho junto aos sindicatos de base e aos movimentos populares, em parceria com os sindicatos majoritários, construindo e fortalecendo um outro movimento sindical. Foi um avanço nas lutas sindicais. Vários sindicatos de base surgiram a partir disso, contrapondo a visão cartorial de muitas entidades à época.