Mais pobres pagam pela política de preços da Petrobras, mostra Dieese

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Pesquisa aponta que o preço do gás de cozinha chega a afetar em até 59% o orçamento familiar dos mais pobres. Para o Dieese, greve dos caminhoneiros mostrou o iceberg da política nefasta de preços da Petrobras

FOTO: PEDRO VENTURA / AGÊNCIA BRASÍLIA

A greve dos caminhoneiros que paralisou o país em maio último, acendeu a luz sobre os preços praticados pela Petrobras não apenas na questão do diesel e da gasolina, mas também no quanto afeta o orçamento familiar, o preço do botijão de gás.

A partir dessa premissa, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez o levantamento de preços e as conseqüências dos constantes reajustes dos derivados de petróleo praticados após maio de 2016, sobre o orçamento doméstico, principalmente das famílias mais pobres.

Entre as famílias 10% mais pobres, o preço do gás pesou mais no orçamento daquelas que viviam no Maranhão (59,0%), Acre (51,5%) e em Sergipe (50,7%). Os menores percentuais foram registrados em São Paulo com (10,8%), Distrito Federal (10,1%) e Santa Catarina (8,9%).

Os dados confirmam a tese de que a política de preços da Petrobras, após maio de 2016 está deixando um forte impacto negativo na renda dos brasileiros.

A nota do Dieese diz que “o valor do botijão de GLP residencial (13 kg) ficou congelado em R$ 13,51 nas refinarias da Petrobras, entre janeiro de 2003 e agosto de 2015. Em julho de 2017, estava em R$ 17,81 e, em dezembro desse mesmo ano, chegou a R$ 24,38, salto de 37%”.

“A nova política de preços adotada pela direção da Petrobras para o GLP de 13 kg não leva em consideração a resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que “reconhece como de interesse para a política energética nacional a prática de preços diferenciados, por produtor ou importador, de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinado exclusivamente a uso doméstico em recipientes transportáveis de capacidade de até 13kg, pois tem elevado impacto social, posto que seu custo de do custo do botijão de gás no orçamento doméstico”.

Para o diretor técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio, os números apresentados pela pesquisa demonstram que a Petrobras tem um peso importante na vida dos brasileiros.

“A paralisação dos caminhoneiros mostrou o impacto da política absurda de preços da Petrobras, e para o Dieese é importante alertar a população e ajudar o movimento sindical a ter mais informação de forma organizada, de que como a formação de preços da estatal afeta a economia brasileira”, diz Clemente.

Veja a íntegra da pesquisa aqui

 

FONTE: CUT / Escrito por Rosely Rocha