O Ministério das Cidades apresentou nesta terça-feira os dados do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos. Os dados, referentes ao ano de 2014, foram divulgados pelo secretário nacional de Saneamento Ambiental, Paulo Ferreira e revelam um crescimento na distribuição de água e na coleta de esgoto beneficiando 156,4 milhões de brasileiros moradores em áreas urbanas com rede de água e incluiu 3,5 milhões de brasileiros com a construção de coletores de esgotos. As informações do SNIS foram fornecidas por municípios que correspondem entre 92,5% e 98% da população urbana do país.
Em 2014, o setor de saneamento movimentou R$ 99,8 bilhões, o que demostra o porte dos serviços de água e esgotos na economia brasileira. De acordo com o secretário, a responsabilidade do saneamento básico é dos estados, municípios e da União, mas é o governo federal quem desembolsa a maior parte dos recursos. Para atingir as metas de universalização do saneamento a dificuldade é com o ritmo da execução dos empreendimentos. “O governo disponibiliza recursos, mas em alguns casos não são utilizados. O Ministério tem feito um esforço muito grande de dar assistência aos municípios para que o dinheiro seja investido corretamente”, afirmou Ferreira.
Além de não deixar faltar recursos para as obras, o Ministério das Cidades busca tecnologias mais econômicas e eficientes. “Temos de procurar inovação tecnológica e criar comissões rápidas de licitação. Acredito que esses são os pontos fundamentais para avançar rapidamente nos trabalhos”. A região Nordeste é um exemplo de avanço no país que poderia ser maior. “Nos municípios menores dessa região, o principal problema talvez seja de gestão, pois alguns prefeitos não priorizam a necessidade de projetos”, concluiu.
Diagnóstico – Os números apontam que 156,4 milhões de brasileiros moradores em áreas urbanas são atendidos por redes públicas de abastecimento de água. Já a construção de coletores de esgotos beneficiou, em 2014, mais 3,5 milhões de habitantes. As informações sobre o abastecimento de água e o esgotamento sanitário foram fornecidas por 5.114 municípios e 4.030 municípios, respectivamente, que correspondem a 98% e 92,5% da população urbana do país.
Nesta edição, o levantamento apontou índice de abastecimento de água nas áreas urbanas de 93,2% dos moradores. Destacam-se as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com 97,3%, 96,8% e 96,7%, respectivamente. Em números absolutos são 156,4 milhões de brasileiros que tem acesso ao serviço. Somente em 2014, houve um incremento de 2,4 milhões de habitantes.
Na área de saneamento, 57,6% da população brasileira residente em áreas urbanas são atendidas por redes coletoras de esgotos o que significa 96,8 milhões de habitantes beneficiados com o serviço. Neste item, destaca-se a região Sudeste, com 83,3%. Em 2014, foram beneficiados mais 3,5 milhões de brasileiros. De todo esgoto coletado, 70,9% ou 3,8 bilhões de m³ ao ano são tratados. Esse índice é 5,6% superior ao registrado no ano anterior.
Outros dados relevantes contidos no Diagnóstico são que as cidades brasileiras possuem 586,2 mil quilômetros de redes de água, o que daria para 14 voltas em torno da Terra. Essa quantidade está conectada a 51,6 milhões ramais prediais. Em termos de esgotamento sanitário, são 270,7 mil quilômetros de redes conectadas a 27,6 milhões de ramais prediais. Em 2014 houve crescimento de 14,7 mil quilômetros de rede de água se comparado a 2013 e de 3,3 mil quilômetros na rede de esgotos.
Consumo de água – O levantamento revelou que o consumo médio per capita de água no país foi de 162 litros por habitante ao dia, uma queda de 2,6% em relação a 2013. A população do Nordeste consumiu em média 118,9 litros, enquanto que no Sudeste foi de 187,9 litros. Por sua vez, ao distribuir água para garantir tal consumo, as redes sofreram perdas na distribuição, que na média nacional alcançaram 36,7%, mantendo-se praticamente no mesmo patamar de 2012 e 2013.
Empregos – Sobre geração de empregos no setor, foram 864,7 mil novas vagas diretas e indiretas em todo o país, sendo 218,2 mil nas atividades diretas de prestação dos serviços e 646,5 mil gerados pelos investimentos. Em comparação a 2013, observa-se um aumento de 12,7%.
Diagnóstico – O Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos é composto por dados operacionais, administrativos, econômico-financeiros, contábeis e qualidade dos serviços de saneamento, que permite descrever, com elevado grau de objetividade, aspectos sobre a gestão dos serviços nos municípios brasileiros. No componente “água e esgotos”, as informações são fornecidas por companhias estaduais, empresas e autarquias municipais, empresas privadas, secretarias e departamentos das Prefeituras municipais, responsáveis pela prestação dos serviços de água e esgotos no país.
O documento apresenta ainda uma grade extensa de informações e indicadores capazes de possibilitar uma visão abrangente, de forma a se obter avaliações consistentes sobre o desempenho dos serviços em todo o país. O Diagnóstico e o conjunto completo dos dados podem ser acessados no site www.snis.gov.br.
Fonte: Ministério das Cidades
Foto: Agência Brasil/ Empresa Brasil de Comunicação