A água é um direito, não mercadoria. Esse é conceito que marcará o lançamento do Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA, no próximo dia 5 de junho, onde será divulgado o Manifesto de objetivos e o Chamamento aos Povos.
Iniciativa de dezenas de entidades da sociedade civil, de defesa do meio ambiente, de representação sindical de trabalhadores e movimentos sociais do Brasil e do exterior, o FAMA coloca-se em defesa da soberania nacional, da água como direito e em oposição à sua privatização, que será a pauta do auto denominado Fórum Mundial da Água – FMA, evento organizado pelo Conselho Mundial da Água a ser realizado em março de 2018, em Brasília.
O ‘Fórum das Corporações”
O FAMA questiona a legitimidade do chamado “Fórum das Corporações” como espaço político para promoção da discussão sobre os problemas relacionados à água, apontando a falta de independência do conselho organizador, por estar vinculado às grandes corporações multinacionais que têm como meta impulsionar a mercantilização da água, privilegiando o atendimento das demandas do agronegócio, da indústria pesada e do capital financeiro, a qualquer preço, em detrimento da sua gestão democrática para o bem comum.
Além disso, essas grandes empresas apoiam a construção de barragens que afetam populações ribeirinhas sem considerar impactos sociais e culturais e a apropriação e controle dos aquíferos subterrâneos. A aquisição de terras ricas em reservas naturais, entre elas a água, tem sido a estratégia dessas corporações no Brasil e em países da América Latina.
Início de ações
O FAMA deve retratar e promover a tomada de consciência política e o empoderamento da sociedade e pretende reunir a sociedade civil – representada nos movimentos sociais, entidades sindicais, organizações ambientais, comunidades indígenas e autóctones ameaçadas de serem expulsas de suas terras, personalidades do mundo acadêmico-científico, camponeses, entre outros – para debater e decidir formas de impedir que esse processo destruidor continue se alastrando por todo o planeta.
Nesse sentido, o lançamento é o início de uma série de ações e atividades para envolver a sociedade nesse debate e convidá-la para ajudar na construção do Fórum Alternativo, divulgando e participando.
Anhangabaú – um lugar simbólico para o lançamento
O lançamento será na livraria Tapera Taperá, próximo à região do Anhangabaú, local de grande simbolismo para o abastecimento de água na cidade de São Paulo.
Em sua formação, São Paulo achava-se rodeada pelos rios Anhangabaú, Tamanduateí e Tietê e a população era obrigada a recorrer a eles para se abastecer. Em 1744 foi construído o primeiro chafariz da cidade com águas do Anhangabaú, mas ele era particular e pertencia aos franciscanos, instalado dentro do claustro. Dois anos depois, em 1746, foi inaugurado o primeiro chafariz público – o Tanque Municipal -, logo seguido pelo Tanque de Santa Teresa, ambos abastecidos também das águas do Anhangabaú. Essas foram as primeiras alternativas de abastecimento da cidade. Em 1910, o rio Anhangabaú foi canalizado e tornou-se o Parque do Anhangabaú.
LANÇAMENTO DO FÓRUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA – FAMA
5 de junho de 2017 – segunda-feira
às 11 horas
Livraria Tapera Taperá – Av. São Luís, 187 – 2º andar – São Paulo-SP (Galeria Metrópole)