Abertura de Encontro Internacional de Engenharia mostra a importância em humanizar o desenvolvimento
A mesa de abertura da IV Conferência Mundial das Associações de Engenheiros e Cientistas, no dia 21 de maio, mostrou a necessidade em utilizar o desenvolvimento tecnológico para atender a inclusão da sociedade. O evento vai até o dia 23, no Rio de Janeiro. Compuseram a primeira mesa o Presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) Olímpio Alves dos Santos; o Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) Marcos Túlio de Melo; o representante da Union Network International (UNI) Gehard Rohde; o secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia Luiz Emanuel Rebelo Fernandes; o Presidente da Emop Ícaro Moreno Jr.; o membro da executiva nacional e secretário geral da CUT Adeilson Telles e o diretor executivo suplente da Fisenge e coordenador do evento Agamenon de Oliveira.
O membro da executiva nacional e secretário geral da CUT Adeílson Telles abriu o debate falando da importância da ação sindical ir além dos limites do capital do trabalho e das reivindicações de salário. Ele diz que está na agenda da CUT a temática do desenvolvimento. E afirma que os trabalhadores precisam debater o desenvolvimento inclusivo e responsável, que sirva para o conjunto da sociedade.
O Presidente da Emop Ícaro Moreno Jr. continuou, enfatizando a necessidade de quebrar os muros virtuais que isolam as comunidades carentes da sociedade. Ele declara que o Rio de Janeiro recebeu do Programa de Aceleração do Crescimento R$ 1 bilhão e 200 milhões para serem investidos em quatro anos, focando, principalmente, as comunidades carentes, que abrangem aproximadamente 500 mil pessoas. Ícaro Moreno explica que o dinheiro deve ser investido em aberturas das ruas, acessibilidade, hospitais mais modernos, escolas para tempo integral, praças e políticas habitacionais.
O secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia Luiz Emanuel Rebelo Fernandes concentrou sua abordagem no conhecimento. Luiz Emanuel Fernandes lamenta que, na era do conhecimento, os meios de obtenção desses saberes estarem monopolizados, gerando desigualdades. Ele afirma que o conhecimento é um bem público para o desenvolvimento de todas as sociedades e que a ciência e a tecnologia devem ser usadas como ponte para o conhecimento e informação entre os povos.
O representante da UNI, Gehard Rohde retomou o debate sindical. Ele diz que os sindicatos estão em declínio em muitas partes do mundo. Gehard Rohde considera que as instituições sindicais precisam abraçar a era do conhecimento e definir meios para apoiar os profissionais numa economia globalizada.
O Presidente do Confea Marcos Túlio de Melo prossegui na ponderação de que o Brasil tem potencial para traçar alternativas de um novo modelo de desenvolvimento mundial. Ele afirma a necessidade de garantir a sustentabilidade no aspecto ambiental e da justiça mundial e considera que o desenvolvimento precisa ser distribuído para todos os cidadãos. Marcos Túlio diz que os engenheiros têm muito a cumprir nesse caminho, porque têm a capacidade de buscar soluções para minimizar os impactos.
Por fim, o Presidente da Fisenge Olímpio Alves dos Santos encerrou o debate abordando a necessidade de, para além da globalização do trabalho, dar atenção ao que acontece à volta. Ele explica que a sociedade vive a mudança de uma época e que a ação do homem foi essencial para construir a sociedade, com os erros e acertos. Mas, apesar de elevar o conforto e modificar a natureza para benefícios próprios, os conhecimentos dos seres humanos também foram utilizados para a destruição. Olímpio dos Santos espera a construção da sociedade baseada em outros valores, que não sejam apenas o do capital. Para encerrar, o Presidente da Fisenge alertou para a necessidade da coragem para iniciar uma nova construção, de um mundo mais justo e melhor.