.:. Informativo nº 75 :: 10 de Outubro / 2014 .:.

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.:. Informativo nº 75 :: 10 de Outubro / 2014 .:.


Silvio Tendler lança filme sobre privatizações

 

 

Da distopia à utopia. Este foi o sentimento coletivo dos presentes na pré-estreia do filme “Privatizações – A distopia do capital”, realizado na noite desta quinta-feira (9/10), no Museu da República. Centenas de pessoas, entre sindicalistas, estudantes, formadores de opinião, comunicadores e parlamentares, estiveram presentes e o consenso era de que somente a esperança da utopia é capaz de vencer as perversidades do projeto neoliberal e sua consequente distopia social. De acordo com o diretor do filme, Silvio Tendler o objetivo é contribuir pedagogicamente na construção da consciência política. “Este é um filme que eu devia a mim mesmo e ao país. Cinema é patrimônio público e é para ser visto e multiplicado, e não para ser produto confinado em salas de shoppings, em apenas 7% do território brasileiro”, disse.

Em 56 minutos de projeção, intelectuais, políticos, técnicos e educadores traçam, desde a era Vargas, o percurso de sentimentos e momentos dramáticos da vida nacional. “Se não conhecermos o nosso passado podemos incorrer no erro de repetir as farsas e tragédias do neoliberalismo no presente e no futuro”, afirmou o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Olímpio Alves dos Santos. Um dos principais pontos levantados pelo filme é o papel do Estado, cuja perspectiva neoliberal está rendida às exigências do mercado, do capital internacional e do lucro. “Este filme faz reflexão sobre como o processo de privatização foi um grande engodo.O argumento forte que elegeu os Fernandos (Collor e FHC) é de que esse dinheiro dos ‘paquidermes’ das estatais serviriam para os serviços públicos, e isso não aconteceu. No Brasil, os serviços só pioraram de lá para cá. Por fim, o filme afirma que apenas a mobilização e organização da população podem garantir um país justo, igualitário e soberano”, destacou o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).

O final dos anos 80 e a década de 90 são considerados tempos perdidos, devido à ofensiva neoliberal com seu projeto de privatização das principais empresas do Brasil. ” “Houve asfixia de grandes setores da engenharia nacional, em que investimentos foram negados para que houvesse sucateamento de todas as empresas estatais para justificar o processo de privatização. Esse filme é histórico, pois permite que o povo brasileiro conheça sua história e possa, assim, planejar um futuro melhor para cada cidadã e cidadão desse país”, pontuou o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clovis Nascimento.

Outro destaque do filme é a propaganda feroz em defesa das privatizações, bem como o papel dos meios de comunicação no desmonte do Estado brasileiro. “Eu vivi todo o  processo de privatização no Rio de Janeiro. Lembro de cada cartaz que a gente fez, cada momento, cada bomba, cada corrida da polícia. Ou a gente conta essa história ou ela se perde. Perder essa memória é perigoso, porque pode significar a volta de um projeto, que arranca o sangue do povo brasileiro. Esse filme não engana e não disfarça, porque muitas das questões neoliberais se mantiveram”, lembrou a jornalista e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Claudia Santiago.

Cinema, a utopia necessária   

A perspectiva da produtora e dos realizadores é promover o debate em todas as regiões do país como forma de avançar “na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos”, afirmou Silvio Tendler. Realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional, o filme traz a assinatura da produtora Caliban e a força da filmografia de um dos mais respeitados nomes do cinema brasileiro. Tendler lembrou que nos anos 50 a parceria entre sindicatos para produção de filmes acontecia mundo afora. “Num país de 200 milhões de habitantes não pode se resumir a 15 milhões de espectadores. A parceria com os sindicatos é fundamental. Nos anos 50 houve, na França e na Itália por exemplo, já havia esta parceria com entidades e produziram filmes ótimos. O Senge e a Fisenge ao fazerem isso não inovam, mas renovam”, concluiu Tendler.

Vale registrar, ainda, o fato dos patrocinadores deste trabalho, fruto de ampla pesquisa, serem as entidades de classe dos engenheiros. Movido pelo permanente combate à perda da soberania em espaços estratégicos da economia, o movimento sindical tem a clareza de que “o processo de privatizações da década de 90 é a negação das premissas do projeto de desenvolvimento que sempre defendemos”. 

O filme completo está disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=A8As8mFaRGU

Ou na página do Facebook: www.facebook.com/privatizacoes


Homenagem da Fisenge ao dia do Engenheiro Agrônomo: Em defesa da segurança alimentar, da soberania e da agricultura familiar