II Encontro Nacional da Agricultura Familiar

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Fazer um balanço dos avanços nas políticas direcionadas a agricultura familiar e apontar as perspectivas e os desafios para o próximo período. Este é o objetivo central do II Encontro Nacional da Agricultura Familiar do Brasil organizado pela Fetraf-CUT que acontece na próxima sexta-feira, dia 23, na cidade de Feira de Santana (BA).

Cerca de 5 mil agricultores (as) familiares participarão da atividade. É esperada também a presença do presidente Lula, da ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff e do governador da Bahia Jaques Wagner. Durante a atividade, conforme relata a coordenadora geral da Fetraf-CUT, Elisângela Araújo, será entregue um documento avaliativo com um balanço dos avanços conquistados pelos agriculturores (as) familiares, apresentando uma visão dos desafios e lutas para os próximos anos. “É uma atividade de caráter celebrativo, pois foi nestes últimos oito anos que nós construímos um canal de diálogo nunca visto no Brasil que possibilitou uma série de iniciativas legais para facilitar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar”, destaca Elisângela.

Segundo dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2006, a agricultura familiar responde por 10% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, emprega mais de 80% da mão-de-obra no setor rural e produz 70% dos alimentos produzidos no Brasil – 87% da produção nacional de mandioca, 70% de feijão, 46% de milho, apenas para citar alguns exemplos.

“São números que comprovam a importância da inserção de um modelo de desenvolvimento que leve a agricultura familiar como protagonista na sociedade e na economia brasileira”, ressalta Elisângela.

Apesar das melhorias, ela adverte que é preciso avançar ainda mais e aponta algumas questões como prioritárias para o próximo período:

– Garantia de crédito e renda para que cada agricultor (a) tenha condições de trabalho levando em consideração as condições de uso e as várias modalidades que envolvem a agricultura familiar;

– Luta contra a concentração de terra no Brasil. Segundo dados do Censo Agropecuário, o Brasil possui a maior concentração fundiária do mundo;

– Avanços na perspectiva da reforma agrária como elemento central na configuração de um novo padrão econômico de soberania nacional;

– Assistência técnica com tecnologia e investimentos voltados a agricultura familiar;

– Políticas públicas para a juventude, para que o (a) jovem possa permanecer no campo.

“Queremos um desenvolvimento sustentável que leve em conta as questões econômicas, sociais e ambientais com o conjunto de políticas públicas que busquem a geração de renda, emprego, condição plena de vida e que seja um modelo para todos, não como o que temos hoje, com grande concentração de renda e disparidade econômica e social”, finaliza Elisângela.

Fonte: CUT