Diante da inflexibilidade da direção da CEB, as/os trabalhadoras/es da Companhia Energética de Brasília paralisarão as atividades a partir da zero hora desta terça-feira (3/12). O movimento paredista, deflagrado no último dia 27 de novembro, iniciará com uma assembleia, às 9h, em frente à sede da empresa, no SIA.
Na última sexta-feira (29/11), os representantes da categoria chegaram a se reunir novamente com diretores da CEB, no intuito de solucionar o impasse entre as partes. Entretanto, segundo o diretor do STIU-DF – sindicato que representa a categoria – João Carlos Ferreira, que é funcionário da empresa, a conversa não avançou.
“A empresa não garantiu a permanência da cláusula que inibe demissão arbitrária, por exemplo. Isso já deixa todo mundo com ‘um pé atrás’, pois o que adianta fechar entendimento em outros pontos e depois poder realizar demissão em massa”, afirma João Carlos. Segundo ele, mesmo com a deflagração da greve, a categoria manteve a tentativa de construir entendimento, mas sem sucesso, já que a empresa insistiu na suposta justificativa de dificuldades financeiras.
“Entendemos o contexto de dificuldades geral, e a categoria tem mostrado maturidade quanto a isso, e por isso mesmo buscamos incessantemente negociar. Mas tudo tem limite. Vimos que a empresa não quis avançar nem mesmo em questões que não atingem o orçamento, como a da estabilidade do trabalhador, por exemplo”, explica João Carlos.
Para a diretora estadual da CUT Brasília e também dirigente do STIU-DF Fabíola Antezana, a unidade e a mobilização da categoria é essencial para garantir algum tipo de avanço. “Precisamos da luta conjunta e forte para não perdermos direitos históricos. É importante não só cruzarmos os braços, mas nos somarmos a todas as atividades que integrarão o calendário de greve dos funcionários da CEB”, diz a sindicalista.
O prazo de vigência do Acordo Coletivo de Trabalho dos funcionários da CEB encerrou no dia 30 de novembro, incluindo a prorrogação de 30 dias garantida pela categoria. Com a reforma trabalhista e o fim da ultratividade, que garantia a manutenção do acordo até a assinatura de um novo, os funcionários da CEB estão ainda mais vulneráveis aos ataques que visam à retirada de direitos.
Ataques
Durante o processo de negociação entre a CEB e os representantes da categoria, a empresa não só se contrapôs a garantir qualquer índice de reajuste salarial para a categoria como também retrocedeu em conquistas garantidas pelos trabalhadores há mais de uma década.
Um exemplo é o adicional de férias, que corresponde a 60% do salário do funcionário. Para a empresa, este adicional deverá ser reduzido a 1/3 do salário.
Entre os ataques, a empresa também quer retirar o tíquete natalino dos funcionários (R$ 1.300), acabar com o quinquênio (adicional de 5% sobre o salário a cada 5 anos trabalhados) e reduzir o valor do adicional de condutor.
Além disso, a empresa também impõe mudanças drásticas na liberação de dirigentes sindicais. “Atualmente, temos a garantia de 7 dirigentes liberados. A empresa quer que sejam apenas 3. E isso mostra que a intenção é também de inviabilizar a luta sindical”, avalia João Carlos Ferreira, dirigente do STIU-DF e funcionário da CEB.
Fonte: CUT Brasília