Greve do funcionalismo público do Paraná completa sete dias

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Veja o que se sabe sobre a greve dos servidores após uma semana de paralisação.

Ato unificado reuniu mais de 15 mil em Curitiba. Foto: Leandro Taques

A greve do funcionalismo público completa sete dias com a falta de proposta do governador Ratinho Júnior para pelo menos repor a inflação dos últimos 12 meses. O governo usa a estratégia de ir “enrolando” a categoria. Escolha que prejudica à população. Neste “FIO DA MEADA”, vamos ver como estão as negociações.

AINDA NÃO TEM PROPOSTA | Uma semana de paralisação não foi suficiente para o governador atender o pedido de pelo menos repor a inflação de 4,94% no período de doze meses. Mas não sejamos injusto, Ratinho já teve muito mais tempo e nada fez. Muito antes da greve iniciada no dia 25 de junho, os servidores já haviam apresentados números e reivindicações.

Em 14 de junho, no dia de paralisação geral contra a Reforma da Previdência, o Estado de Greve já estava anunciado e as condições postas na mesa. O governador tinha condições de apresentar uma proposta, mas decidiu apostar na desmobilização. 

Bem antes disso, ainda em abril, em uma audiência pública na Alep, o FES apresentou os 17% de defasagem do funcionalismo nos últimos três anos e os números que permitem ao Paraná repor a inflação sem correr riscos de “quebrar”. Veja mais aqui.

TEM CAIXA | “O reajuste é uma questão de vontade política. As condições técnicas foram demonstradas em discussão com o governo.  Isso aconteceu em 2018. O gasto ficou abaixo do limite prudencial e o governo afirmava que ficaria acima do limite legal. As condições estão postas”, disse o economista Cid Cordeiro.

A ausência de proposta já trava o parlamento. Ontem, no grande ato unificado, o presidente da Alep, Ademar Traiano, retirou a LDO da pauta. Ele ainda disse que enquanto Ratinho não mandar a data-base ele não vota o reajuste dos outros poderes. Trata-se do judiciário, tribunais e legislativo.

Diante da pressão, o líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri, disse que alguma coisa vai vir.

“OS INTEGRANTES DO FES SABEM BEM QUE EXISTE UMA BOA VONTADE NA DEFINIÇÃO DESSA QUESTÃO. “NÃO SE PREOCUPEM, A RESPOSTA VIRÁ. SE VÃO GOSTAR OU NÃO, É OUTRA QUESTÃO”.

Durante as manifestações, o deputado Tadeu Veneri (PT) reclamou que o “PL 04 é o bode na sala. O que interessa é que querem nos tirar o foco da data-base. Vamos parar com esse jogo de enganar”.

Leia: Governador Ratinho copia austeridade do prefeito de Curitiba Rafael Greca

PL 04/2019 | Nesse projeto, Ratinho copia austeridade do prefeito de Curitiba Rafael Greca. O texto cria uma espécie de Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual. Em Curitiba, no chamado Pacotaço de 2017, o prefeito Rafael Greca (DEM), que era aliado de Beto Richa e atualmente do governador Ratinho, aprovou a Lei 101/2017 que estabelece normas de finanças públicas no âmbito do Município de Curitiba.

GREVE MANTIDA | Com ausência de propostas, a greve dos professores e demais categorias segue mantida. De acordo com o FES, foi decidido montar um acampamento em frente ao Palácio Iguaçu. Em forma de vigília permanente, o objetivo é que o governo reabra as negociações e apresente proposta de pagamento da dívida.

PRÓXIMOS PASSOS |  O deputado professor Lemos (PT), da Bancada do Serviço Público, explica que a pressão deve continuar. O grupo se reuniu com representantes do governador e aguardam para a tarde de hoje uma proposta. Após isso devem deliberar os próximos passos.

 

Fonte: Senge-PR / Manoel Ramires