Governo amplia privatização e inclui mais estatais na lista

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A proposta de Paulo Guedes é vender ou extinguir 17 empresas. Estudos reservados não descartariam nem a própria Petrobras

Malha logística dos Correios na mira – Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O governo de Jair Bolsonaro (PSL), que está há oito meses apostando todas as fichas na aprovação da reforma da Previdência, que restringe a concessão e diminui o valor de benefícios previdenciários, anunciou nesta quarta-feira (21), mais uma medida que vai contra os interesses do Brasil e não vai ajudar a gerar emprego e renda nem aquecer a economia que caminha para a recessão.
 
De acordo com o ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, o governo vai vender ou extinguir 17 empresas públicas, como Correios, Telebras, Eletrobras, CBT e EBC.
 
“Vamos acelerar as privatizações”, disse Guedes, que continuou: “E nós achamos que vamos surpreender. Tem gente grande aí que acha que não será privatizado e vai entrar na faca”. Segundo ele, “ano que vem tem mais”. O jornal Valor Econômico revelou que mesmo a Petrobras estaria sendo avaliada para privatização, ainda que, por enquanto, em estudos e conversas reservadas.
 
Na avaliação da técnica do Dieese, Adriana Marcolino, como não tem dinheiro para fechar suas contas porque não tem política de desenvolvimento, o governo decidiu enfrentar o déficit vendendo tudo que tem e esta não é a saída para a crise.
 
“Vende tudo porque não tem nenhuma política econômica robusta, sustentável, que aqueça a economia e gere emprego e renda, melhore o consumo e, consequentemente, faça a economia girar”, diz.
 
Estudo para decidir o desmonte
De acordo com a agência Broadcast do Estadão, o governo deveria anunciar na quarta a contração de estudos para avaliar o futuro de pelo menos cinco estatais: Correios, a Telebrás, a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) e a Empresa Gestora de Ativos (Emgea).
 
Os estudos vão avaliar se as empresas deverão ser privatizadas ou liquidadas. Depois da fala de Guedes, feita durante encontro com empresários em São Paulo, Bolsonaro disse a jornalistas que a liquidação começará com a venda dos Correios. Ele ignora que a privatização dos Correios tem de ser aprovada pelo  Congresso Nacional porque a empresa tem monopólio dos serviços postais e do correio aéreo nacional (serviço postal militar) totalmente assegurado pela Constituição. Segundo alguns analistas, as novas tecnologias — com grande ênfase nos serviços, especialmente na entrega remota de produtos — fazem mais importantes as empresas de ampla capilaridade logística, como os Correios, que têm um papel crucial, por exemplo, na realização das provas do Enem.

Em relação às outras quatro empresas não há essa exigência de consulta parlamentar. Durante o dia, circulou nas redes vídeo de Bolsonaro durante a campanha eleitoral em que descartava, por considerar não razoável, a privatização da Casa da Moeda — agora incluída na lista de Guedes.

 
Para enfrentar o projeto de entrega do patrimônio público, será lançada em 4 de setembro, durante seminário na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional.
 
Veja abaixo a lista das empresas que Bolsonaro pretende vender ou extinguir, segundo o site Poder360:
 
Emgea (Empresa Gestora de Ativos);
 
ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias);
 
Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados);
 
Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social);
 
Casa da Moeda;
 
Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo);
 
Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais);
 
CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos);
 
Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.);
 
Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo);
 
EBC (Empresa Brasil de Comunicação);
 
Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada);
 
Telebras
 
Correios
 
Eletrobras
 
Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva);
 
Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
 
 
Fonte: Senge-RJ com informações do portal da CUT