A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) repudia o estupro coletivo a uma jovem de 16 anos, ocorrido no Rio de Janeiro. A cultura do estupro se manifesta em violências físicas e simbólicas, como a naturalização de tais práticas; o questionamento e os ataques à vida pessoal da vítima e a proteção dos agressores. A legislação brasileira, até 2002, não penalizava o estuprador, se ele casasse com a vítima. De acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todos os anos cerca de 50 mil pessoas são estupradas. No entanto, o maior problema é a subnotificação desses crimes, uma vez que as mulheres têm medo e vergonha da denúncia. Alguns dos fatores para a subnotificação são a violência institucional dentro das delegacias e a condenação das vítimas. Há uma cultura em que as mulheres devem “se dar ao respeito”, não usar roupas curtas, não andar à noite sozinha, não frequentar determinados espaços, além do falacioso “ela mereceu”. Às mulheres, os espaços são negados e também não são seguros. A defesa da vida das mulheres é um ato cotidiano de sobrevivência e resistência.
Precisamos falar sobre a cultura do estupro, porque essa narrativa expõe mulheres e meninas vítimas de violência. Precisamos falar sobre a cultura do estupro, porque os corpos das mulheres não são públicos. Precisamos falar sobre a cultura do estupro, porque consentimento só diz respeito à mulher. Precisamos falar sobre a cultura do estupro, porque a luta é pela vida de meninas e mulheres.
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros
Rio de Janeiro, 30 de maio de 2016