Na manhã do dia 17/03, aconteceu o encontro dos estudantes de engenharia, organizados nos sindicatos filiados à Fisenge. Com a presença de representantes dos estados, a reunião teve como objetivo dar início à construção da agenda do “Fórum de Estudantes” para o 11º Consenge, que acontecerá entre os dias 6 e 9 de setembro.
De acordo com o presidente da Fisenge, Clovis Nascimento, a Fisenge sempre estimulou a organização de estudantes nos sindicatos. “Formalizamos um espaço institucional no congresso para que eles possam discutir efetivamente as formas de participação e os avanços com as propostas e os projetos da juventude da engenharia brasileira”, afirmou. Atualmente, as entidades organizam os estudantes em Senge ou Sindicato Jovem/ Estudante/Junior nos estados.
Para o engenheiro civil Cícero Martins Jr. e também coordenador do Senge Jovem no Paraná, é fundamental o apoio à organização de jovens engenheiros e estudantes. “A multiplicidade que existe no movimento estudantil é muito importante para socializar as experiências e fazer com que a gente consiga trabalhar numa linha comum”, disse. Ele acrescentou, ainda, que o desafio agora é fazer com que todas as engenharias conversem entre si e que seja possível agregá-las em busca de uma união. Já o estudante de engenharia de produção e representante do Senge Jovem de Pernambuco, Magno Moura acredita que organizar os estudantes dentro dos sindicatos é fundamental para aproximar os futuros engenheiros do mundo do trabalho. “Diante das mudanças recentes apresentadas pelo governo Temer, a importância do papel dos sindicatos na formação dos jovens engenheiros fica ainda mais intensa. É o estudante que protagonizará a luta contra essas mudanças e, para que isso aconteça, ele precisa estar bem informado e formado politicamente”, declarou.
O coordenador do Senge Jovem de Minas Gerais, Rodrigo Carvalho afirmou que “foi um momento marcante pela aproximação dos Senge Jovem espalhados pelo país e o início da organização do Fórum dos Estudantes a ser realizado em setembro, abordando temáticas importantes para a formação política profissional e sindical, esclarecendo dúvidas e compartilhando informações para despertar a consciência dos futuros engenheiros e engenheiras”.
Um dos maiores desafios para a estudante de engenharia química na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Letícia Partala, de 20 anos, durante a faculdade é não ter contato direto com as dificuldades do mercado de trabalho. Para ela, o Senge Jovem é um meio de mostrar ao estudante que ele tem a quem recorrer. “Entrar para o Senge Jovem foi muito importante, porque eu consegui ver quantas discussões existem na engenharia e eu não imaginava. Agora, eu entendo como nós, profissionais, podemos contribuir para a cidade, como na questão no plano diretor, vazios urbanos, e assim dar atenção às questões que a prefeitura acaba ignorando. Um dos objetivos do sindicato é fazer com que a nova geração volte a acreditar que é capaz e que também abrace as lutas em busca de avanços para a sociedade”, pontuou Letícia.
Segundo o estudante de engenharia civil na Faculdade de Rondônia (FARO), Thiago Demarchi Ramos, de 28 anos, só no estado existem 300 estudantes inscritos no Senge Jovem e, para ele, a filiação é importante, pois ajuda a “entender o quê significa o sindicato e também sua atuação como instrumento de defesa dos nossos direitos trabalhistas, além de oferecer cursos e convênios”. Para a estudante do 5º período de engenharia civil da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Larissa Pereira, o sindicato representa a categoria e assegura os direitos do trabalhador, além de orientar em relação à conjuntura política, como na luta contra as reformas trabalhista e da previdência e as terceirizações”. Entretanto, a aluna cotista conta que dentro da universidade percebe a opressão relacionada à questão de classe: “Vejo os grupos mais ricos serem privilegiados com tratamentos diferenciados”, alertou.
Ao final da reunião, o vice-presidente da Fisenge, Roberto Freire falou que foi instituída uma comissão provisória para organizar e construir o Coletivo Nacional dos Estudantes (CNE). “Os estudantes debateram a organização e as pautas do Fórum de Estudantes do Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros”, contou. Esta é a segunda edição do Fórum dos Estudantes no Consenge, um passo estratégico para a categoria, que representa a renovação e o debate sobre o papel da engenharia na sociedade.