Fisenge participa de reunião das Câmaras Especializadas de Agronomia

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Os coordenadores das Câmaras Especializadas de Agronomia do Sistema Confea/Crea e Mútua estão reunidos em Salvador até sexta-feira (04) para discutir, entre outros assuntos, à formação profissional, assistência técnica e extensão rural e o controle do uso dos agrotóxicos. Na Bahia, os conselheiros reforçaram ainda a importância de o sistema dar visibilidade às questões relacionadas à Agronomia.

Na oportunidade, o coordenador da CCEAGRO, engenheiro agrônomo Kléber Santos, agradeceu à organização do evento por parte do Crea-BA e chamou a atenção para a necessidade de renovação do Sistema. “Passamos por um processo decisório e é necessário vencer nossos próprios vícios”, observa. Santos destacou ainda os problemas enfrentados pelas empresas públicas e as questões relacionadas à segurança alimentar que estão diretamente relacionadas à Agronomia.

Representando o presidente do Crea-BA, Luís Edmundo Prado de Campos, que estava em missão internacional, o vice-presidente do conselho baiano, engenheiro agrônomo Jonas Dantas, apresentou o panorama de desvalorização da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) na Bahia, contando o histórico da extinção da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário (EBDA). “A palavra que melhor define esse momento é desmonte. No caso da Bahia, que possui três biomas, não é necessário apenas ter uma ATER forte, mas que ela não seja uniforme. É preciso um olhar que contemple a realidade para tratar todas as diferenças”, afirma.

O presidente do Senge-BA e vice-presidente da Fisenge, engenheiro civil Ubiratan Felix, falou na abertura do encontro sobre a precarização do mercado de trabalho dos engenheiros, principalmente após aprovação da nova legislação trabalhista uma vez que, os engenheiros estão sendo contratados por prestação de serviço – através de micro empreendedor individual e outras modalidades -, e sem assinatura da carteira de trabalho. Esta medida irá impactar estes profissionais que não terão direito as férias, décimo terceiro, licença maternidade e/ou paternidade, além de comprometer a aposentadoria, já que a maioria desses profissionais não irão conseguir recolher a contribuição previdenciária na totalidade da remuneração.

Exemplo – Dantas ainda revelou que, por meio da ATER, o município baiano de Itaberaba, a 278 Km de Salvador, conseguiu gerar pela produção de abacaxi cerca de 2 mil empregos e uma receita de R$ 6 mil. “A assistência técnica é um importante campo de atuação dos engenheiros agrônomos, precisamos defender esse espaço para o profissional e esta ferramenta para a sociedade”.

O enfraquecimento de empresas de pesquisa, como a Embrapa, que está há cerca de 20 anos sem concurso público, as ameaças provocadas pelas ingerências políticas no campo da defesa agropecuária e a atuação da fiscalização de conselhos como o de Medicina Veterinária e Biologia também foram tratados na reunião.

Bahia – A experiência dos seis anos de atuação do Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e dos 16 anos da Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco foram apresentadas pela promotora de justiça, Luciana Khoury. Ela afirmou que um levantamento feito pelo grupo apontou que a agricultura demanda de 70% da água e que conflitos entre fazendeiros e comunidades tradicionais pelo recurso hídrico têm sido constantes. “É preciso ter consciência dos limites ecossistêmicos e as ações do fórum e da FPI discutem e promovem saúde do ambiente e das pessoas”.

Além dos coordenadores dos 27 estados, participaram da reunião o conselheiro federal João Bosco de Andrade Lima Filho; o presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia, Ubiratan Félix; o diretor da Mútua-BA, Emanoel Alves e o deputado estadual Marcelino Galo (PT).

Fonte: Ascom Crea-BA