A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) assinou – em conjunto com outras entidades e os movimento sociais – uma nota de apoio à greve dos eletricitários que completa mais de 20 dias, e tem adesão de cerca de 90% dos 27 mil trabalhadores do sistema Eletrobrás. Confira a nota abaixo.
TODO APOIO À GREVE DOS ELETRICITÁRIOS
Nós, movimentos sociais do campo e da cidade, reunidos neste dia 05 em São Paulo, na Plenária Nacional de Movimentos Sociais, declaramos total apoio à greve dos eletricitários do sistema Eletrobrás.
Os trabalhadores e trabalhadoras do grupo estatal Eletrobrás estão em greve a mais de 20 dias. Cerca de 90% dos 27 mil trabalhadores de 14 empresas estatais pertencentes à estatal federal continuam em greve. Os trabalhadores estão em luta pelo fortalecimento das empresas públicas, aumento salarial, política de valorização e garantia de direitos, cancelamento dos leilões de privatização de usinas hidrelétricas, entre outras.
Os setores conservadores e rentistas que controlam a Eletrobrás estão implementando um conjunto de medidas que visam atacar e aumentar a exploração sobre seus trabalhadores e criar condições para uma futura privatização da estatal.
Neste momento, a Eletrobrás esta tentando impor medidas para demitir cerca de 20% de seus trabalhadores, aumentar as terceirizações, retirar direitos, reduzir gastos salariais com trabalhadores, além de vários outras medidas de reestruturação do trabalho que prejudicam os trabalhadores, precarizam o trabalho e como consequência conduzem a uma piora na qualidade dos serviços de energia elétrica ao povo brasileiro.
Lamentavelmente, para atender aos interesses dos setores especuladores, a diretoria da Eletrobrás vem se negando a negociar com seus próprios trabalhadores. Sem propostas e de forma autoritária, a empresa ingressou na justiça contra a greve numa clara intenção de criminalizar a greve.
Hoje uma parcela importante das ações da Eletrobrás encontram-se “privatizadas” desde os anos 90, controladas por setores especuladores, como JP Morgan e fundos internacionais e que exigem remessas de lucro cada vez maiores. A posição conservadora da Eletrobrás vem para atender a estes setores.
A greve é legítima, e nós, movimentos sociais brasileiros apoiamos a greve. Recentemente, estes trabalhadores de empresas estatais, foram os responsáveis em oferecer ao país a energia elétrica mais barata, foram eles que possibilitaram o governo Dilma anunciar a redução média de 20% nas tarifas de energia elétrica no início de 2013 através da “renovação das concessões”. Portanto, os trabalhadores que deram grande contribuição ao país, não podem agora ser penalizados por interesses rentistas.
Neste momento, de uma nova conjuntura, com grandes manifestações de ruas, os trabalhadores cobram mais avanços. A própria presidente Dilma Roussef fez um pronunciamento em cadeia nacional, no qual passou a mensagem que a pauta das manifestações passariam a ganhar “prioridade nacional”, onde “a cidadania e não o poder econômico que deveriam ser ouvido em primeiro lugar”. Esperamos que a Eletrobrás, como uma empresa do governo, atenda as demandas do conjunto destes trabalhadores.
Por fim, aos trabalhadores e trabalhadoras que estão em greve no setor elétrico, nosso total apoio. Sigam firmes e contem conosco.
“Água e energia não são mercadorias.”
São Paulo, 05 de agosto de 2013.
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CTB – Central dos Trabalhadores do Brasil
Plataforma Operária e Camponesa para Energia
FUP – Federação Única dos Petroleiros
FNU – Federação Nacional dos Urbanitários
FTUESP – Federação dos Trabalhadores Urbanitários do Estado de São Paulo
UNE – União Nacional dos Estdantes
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens
MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores
MMC – Movimento de Mulheres Camponesas
VIA CAMPESINA
CIMI – Conselho Indigenista Missionário
FETRAF – Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar
FISENGE
SENGE – PR
INTERSUL
SINERGIA-SC
SINERGIA- Campinas
SIDIELETRO-MG
SINTAEMA-SP
Intersindical-SP
CMP – Central dos Movimentos Populares
CMS – Central dos Movimentos Sociais
Consulta Popular
Assembleia Popular
Levante Popular da Juventude
MAM – Movimento dos Atingidos pela Mineração
Pastoral da Moradia
Pastoral do Migrante
Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação
Grito dos Excluídos Continental
Jubileu Sul
Ação Cidadania
Movimento Reforma Já
MCP – Movimento Camponês Popular
MMM – Marcha Mundial de Mulheres
MDM-FEPAC
COSNTEE
Frente Nacional dos Torcedores
Bloco de Lutas
SASP-SP
MMPT
CONEN
UNEGRO
INESC – Plataforma pela reforma política
PJR – Pastoral da Juventude Rural
ENEBIO – Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia
REDE FALE
Frente de Lutas de Juiz de Fora
Indígenas Pataxós
Indígenas Tupinambas
Articulação Paulista de Agroecologia
Campanha Contra os Agrotóxicos
Foto: Site FNU