Filme “Dedo na Ferida” será exibido no Fórum Social Mundial

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No dia 16/3, haverá uma sessão de exibição, durante o Fórum Social Mundial (FSM), do filme “Dedo na Ferida”, dirigido pelo cineasta Silvio Tendler. O longa, que é uma parceria entre a Fisenge e o Senge-RJ, traça um paralelo entre análises econômicas de diversos países do mundo e o cotidiano de pessoas afetadas pela desigualdade. “Esta parceria entre arte e movimento sindical sempre aconteceu na produção dos grandes filmes, desde a década de 1930 e a Fisenge e o Senge-RJ recuperam esse encontro entre dois vetores de transformação social”, afirmou Silvio Tendler. A exibição, promovida pelo Senge-BA, Senge-RJ e Fisenge, acontecerá seguida de um debate com Silvio Tendler, das 20h às 22h, na Tenda dos(as) Trabalhadores(as) da CUT (Central Única dos Trabalhadores). O filme também foi vencedor do prêmio de melhor documentário do Festival do Rio. O debate no FSM será transmitido, ao vivo, pela página da Fisenge no Facebook: www.facebook.com/federacaofisenge

“Dedo na Ferida” discute o retrocesso ideológico a posições neoconservadoras pautado pelo empobrecimento da classe média, pela falência dos Estados e pelo desemprego. Examina, ainda, de que forma o capitalismo deixou de ser produtivo para se tornar meramente especulativo, motivado pela aposta na geração de dinheiro fácil. O sistema financeiro, que deveria servir ao propósito de levar recursos dos setores superavitários para os deficitários interessados em investir em produção, abandonou o papel de “atravessador” e se assumiu como fim principal das transações econômicas. Os governos nacionais perdem autonomia e passam a lutar contra massas de capital que circulam livremente pelo globo. Grécia, Espanha, Portugal, Brasil e tantas outras nações veem seus destinos definidos pelos interesses da esfera financeira. São grandes corporações, que, por vezes, detém orçamentos mais robustos do que o de alguns Estados, atuam como um “governo sombra”, guiando políticas públicas que favorecem à maximização de seus lucros.

Entre os depoimentos da obra estão os de Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia; Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil; Paulo Nogueira Batista Jr, vice-presidente dos banco dos Brics; o cineasta Costa-Gavras; os intelectuais Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra, Portugal), David Harvey (University of New York, Estados Unidos) e Maria José Fariñas Dulce (Universidade Carlos III, Espanha); os economistas Ladislau Dawbor (PUC-São Paulo), Guilherme Mello (Unicamp) e Laura Carvalho (USP), entre outros pensadores que interferem no mundo contemporâneo.

Sinopse
“Dedo na Ferida” trata do fim do Estado de bem‐estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto o capital só aspira a concentração da riqueza em poucas mãos. Neste cenário de tensões sociais, intelectuais lutam para transformar o mundo levantando temas como o fim dos direitos sociais, o desemprego, o mercado e o ressurgimento de movimentos extremistas.

Biografia
Em 48 anos de carreira, Silvio Tendler produziu e dirigiu cerca de 80 obras de cunho histórico e social entre curtas, médias e longas-metragens e séries. Licenciado em História pela Université de Paris VII, é mestre em Cinema e História pela École des Hautes-Études/Sorbonne. Desde 1979 é professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Tem mais de sessenta prêmios, entre eles seis Margaridas de Prata, da CNBB.

Filmografia
Silvio Tendler fez as três maiores bilheterias do documentário brasileiro. “Jango” recebeu o Margarida de Prata e o melhor filme do Júri Popular do Festival de Gramado. “Glauber–O filme, labirinto do Brasil” foi eleito melhor filme pelo júri popular e a crítica do Festival de Brasília e participou da Seleção Oficial Hors concours do Festival de Cannes. “Encontro com Milton Santos” venceu o Festival de Brasília e levou o prêmio de melhor filme no Festival de Documentários Santiago Álvarez.

Texto por Camila Marins com informações da Caliban Filmes