Diversas entidades sindicais, movimentos sociais e populares, partidos políticos e parlamentares estiveram reunidos em ato público pela defesa da Petrobras e do petróleo, no Rio de Janeiro. Concentrados desde às 9h, na Candelária, os militantes saíram em passeata pela Av. Rio Branco, em direção ao prédio-sede da Petrobras, estatal alvo de recente CPI proposta pelo PSDB.
Ao todo, cerca de 3 mil pessoas estiveram reunidas na passeata. A atual CPI da direita, como está sendo chamada, tem como projeto político muito mais que travar um processo investigativo, trata-se da tentativa de derrubar uma empresa que traz desenvolvimento para o país.
Nas falas, ficou evidente a leitura de que esta CPI é mais uma manobra da direita, que a usa como atalho para a retomada do poder, no campo nacional. O que parece é que o projeto frustrado de criação da Petrobrax, a Petrobras internacional, volta mais uma vez ao cenário. Mas, para isso, é necessário primeiro desestabilizar a empresa.
Sob palavras de ordem como: “Olê, olá, o petróleo é nosso e ninguém pode nos roubar”, os militantes abraçaram simbolicamente o prédio da Petrobras, na Av. Chile. De braços dados, os manifestantes cantaram o Hino Nacional.
O Senge-RJ foi uma da entidades sindicais presentes. O presidente do Sindicato, Olímpio Alves dos Santos, chamou a CPI de ato de desespero. “A CPI está contribuindo para a construção da unidade da esquerda nacional. Esta ação do PSDB representa um ato de desespero, que apenas busca encurralar uma das maiores empresas estatais do nosso país, para fazer valer seus objetivos escusos”, afirmou.
ABI, FUP, CNQ, CUT, CTB, Conlutas, MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, partidos como PT, PCdoB, PCB, PSTU e PSOL também participaram do ato em defesa da Petrobras.
Políticos prestigiaram o ato e apoiaram as campanhas “O petróleo tem que ser nosso” e “O pré-sal é nosso”, nas quais o Senge-RJ tem participação ativa.
Discurso unitário
“É preciso que se diga: essa crise econômica é fruto das políticas neoliberais implantadas no governo tucano”, afirmou o prefeito da cidade de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, Lindberg Faria. Ele também avaliou o movimento: “Em Brasília com certeza estão de olho nessa passeata, este é um dia histórico. Vamos para a luta porque temos orgulho da Petrobras. Este é o primeiro de muitos atos que vão explodir pelo Brasil”, concluiu o prefeito.
O deputado federal pelo PT-RJ, Antonio Carlos Biscaia, chamou a CPI de “processo espúrio”. “O povo está nas ruas e vai barrar esta tentativa de derrubada da Petrobras. O modelo econômico está em jogo: de um lado os movimentos que querem uma empresa forte e nacional, de outro aqueles que querem privatizá-la”, avaliou o parlamentar.
Ana Rocha, presidente estadual do PCdoB, afirmou que a CPI é um erro. “A empresa constitui um dos principais pilares de desenvolvimento do nosso país. Nossa união é que garantirá a defesa da Petrobras”, afirmou.
Homenagem póstuma
Durante o ato foi realizado um minuto de silencio pela companheira Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, ouvidora-geral da Petrobras, que morreu na semana passada vítima de acidente.
Também estiveram presentes o deputado federal Jorge Bittar, o deputado estadual Alessandro Molon e Adeilson Santos, membro da Executiva Nacional da CUT.