O dia 28 de abril ficou marcado pelo misto entre o silêncio e o vazio das ruas nas primeiras horas do dia, e grandes manifestações, barulhentas e coloridas no decorrer da sexta-feira. O contraste se repetiu em Curitiba, Londrina, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e em outras centenas cidades brasileiras onde a greve geral paralisou inclusive o transporte coletivo.
As mobilizações frisaram a posição dos trabalhadores contra as reformas trabalhista e previdenciária apresentadas pelo governo de Michel Temer, que tramitam a passos largos no Congresso Nacional. Segundo estimativas das centrais sindicais organizadores dos atos, mais de 40 milhões de pessoas paralisaram as atividades em todo o país.
O Senge Paraná participou das mobilizações em vários cidades. Em Curitiba, integrantes da diretoria e sindicalizados estiveram entre as 30 mil pessoas que foram às ruas. O ato começou na Praça Nossa Senhora de Salete perto das 10h, marchou até a frente da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) e seguiu para a Praça Tiradentes, onde terminou por volta das 14h.
“Este dia marca a história do Brasil e da luta por direitos das diversas categorias de trabalhadores. A expressividade das paralisações e manifestações comprova que a maioria da população é contrária às reformas em andamento”, avalia o presidente do Senge-PR, Carlos Roberto Bittencourt.
Para o engenheiro, a resposta do executivo e do legislativo deveria ser condizente ao regime democrático: “As reformas devem ser freadas e, no lugar dos regimes de urgência impostos pela Câmara dos Deputados, deveria ser aberto um amplo processo de debate com a sociedade brasileira”, garante Bittencourt.
Paraná
De acordo com estimativas divulgadas por entidades organizadoras dos atos no Paraná, mais de 90 categorias aderiram à greve, o que repercutiu em 400 mil trabalhadores parados. Deste total, pelo menos 200 mil participaram de mobilizações. Além da capital, os protestos marcaram dezenas de municípios do estado, entre eles Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Araucária, Campo Largo, Ponta Grossa, Pato Branco, Guaíra, Paranaguá, Laranjeiras do Sul, Pontal do Paraná, São Mateus do Sul, Maringá.
A greve foi mobilizada com mais de um mês de antecedência, por iniciativa das principais centrais sindicais brasileiras: CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Intersindical, CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical, Nova Central, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).