Engenheiros e arquitetos da Cohab entram em greve pela equiparação salarial aos quadros da Prefeitura e autarquias municipais

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Engenheiros e arquitetos da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) entram em greve nesta quinta-feira (20) pela equiparação salarial aos quadros de engenharia e arquitetura da Prefeitura e de autarquias municipais. Um engenheiro da Cohab ganha hoje 2/3 menos que os profissionais de igual função da administração municipal. Para que equiparar os salários seria necessário um aumento de 50% à categoria que trabalha na Cohab.

A deliberação pela greve se deu em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no último dia 11 de junho, pelas categorias representadas pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR). A paralisação desta quinta será pelo período de 24 horas. Não havendo avanço nas negociações com a Companhia e a Prefeitura, os engenheiros e arquitetos voltarão a parar na próxima semana, nos dias 26 e 27, por 48 horas. Persistindo o impasse, haverá greve por tempo indeterminado a partir de 1º de julho.

Nesta quarta-feira (19), o presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak, acompanhado de uma comissão de engenheiros e arquitetos da Cohab, levou o pleito da categoria ao presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Salamuni, ao vereador Jonny Stica, que é arquiteto e presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara, e aos vereadores engenheiros Felipe Braga Cortes e Bruno Pessuti.

Os salários de engenheiros e arquitetos da Cohab estão abaixo do mercado, tanto do poder público quanto da iniciativa privada. A Cohab Curitiba é a única companhia mista do município que não cumpre a aplicação do salário mínimo profissional de engenharia e arquitetura estabelecido pela Lei Federal 4.950-A, de 1966. O pagamento do piso mínimo das categorias é feito na própria esfera municipal pelas empresas de economia mista Curitiba S.A. e URBS S.A, por meio de gratificações.

Na reunião com os vereadores, Edson Roberto Franco, engenheiro de carreira da Cohab, lembrou que nos próximos cinco anos 10% dos funcionários da empresa estarão em fase de aposentadoria e, além disso, a empresa vem perdendo quadros pela falta de atratividade à carreira. “No último concurso público, realizado há três anos, foram chamados 73 engenheiros para cobrir três vagas na Cohab. Sessenta deles declinaram ao chamamento e o restante já deixou a companhia”, ressaltou.

Franco alertou ainda que a rotatividade desses profissionais prejudica o andamento do trabalho da empresa. “O responsável técnico assume o trabalho e sai antes da conclusão. Aí é necessário refazer projetos para dar continuidade ao processo junto aos organismos financiadores. As obras da Cohab vão além de casas e apartamentos. Os engenheiros e arquitetos são responsáveis pelos projetos de drenagem, pavimentação, recuperação ambiental, construção de creches, escolas e outros equipamentos urbanos. São obras de infraestrutura necessárias aos novos loteamentos e que puxam mais recursos federais e internacionais para Curitiba”, disse o engenheiro.

Apoio – Na reunião, realizada na sala da presidência da Câmara Municipal, o grupo representando os engenheiros e arquitetos da Cohab recebeu o apoio dos vereadores, que também manifestaram preocupação com a situação financeira em que se encontra a Companhia de Habitação. O déficit financeiro da empresa é de aproximadamente R$ 1,2 milhão e a Cohab não recebe repasses da Prefeitura desde setembro de 2012. Pela primeira vez na história da companhia, os funcionários não receberão a primeira parcela do 13º neste mês de junho.

“A remuneração tem que ser compatível com a responsabilidade por um serviço essencial que é o da habitação”, afirmou o vereador Bruno Pessuti. Paulo Salamuni disse que irá solicitar uma reunião com o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues, até o final desta semana para tratar da questão. “É um caso que precisa ser tratado, por representar sobrevivência de uma empresa que é importantíssima para a cidade”, afirmou o presidente da Câmara. Na opinião do vereador Felipe Braga Cortes, a situação representa um problema seríssimo que afeta não apenas os servidores, mas também toda Curitiba.