Após seis meses da data base, com postergações, descaso e falta de sensibilidade por parte do Governo do Estado, os engenheiros agrônomos da Epagri, Cidasc e Ceasa aprovaram por cerca de 70% de votos favoráveis e 30% contrários a proposta para os Acordos Coletivos de Trabalho dessas empresas vinculadas à Secretaria de Estado da Agricultura. O alto índice de rejeição – o maior já ocorrido numa situação de aprovação – e a forte indignação manifestada em todas as 21 assembleias regionais deixaram claro a contrariedade com o descaso do governador Moisés e de seu secretariado para com os profissionais da pesquisa agropecuária, da extensão rural e da defesa sanitária de Santa Catarina.
A negociação foi ainda mais desgastante, uma vez que foram necessárias inúmeras reuniões, articulações, argumentações e pressão para que somente agora, praticamente no final do ano, tenhamos conseguido avançar em uma proposta de reposição do INPC, mas sem retroatividade e com pagamento parcelado para os meses de janeiro, fevereiro e abril de 2020 e com a cláusula de garantia de emprego até abril de 2021, que o governo insistia em não conceder, afastando, ao menos por ora, a ameaça de demissões sem justa causa. Apesar de todo empenho e a persistência do Sindicato, também não foi concedido avanço algum na participação patronal dos Planos de Saúde, que ficarão ainda mais prejudicados com a não retroatividade da correção das nossas mensalidades e do repasse do Governo.
Enfim, não podemos deixar de reconhecer que, graças à forte atuação sindical, tivemos um avanço importante em relação à proposta inicial do Governo, que se manteve irredutível por meses (sem reposição do INPC e sem garantia de emprego). Por outro lado, se havia dúvidas, ficou claramente evidenciado que este Governo é apenas mais do mesmo: “nova política, velhas práticas”.
Fonte: Seagro-SC