Nesta segunda-feira (20/6), o Coletivo de Mulheres da Fisenge lançou uma campanha de combate à cultura do estupro. Ao todo, são cinco ilustrações, que retratam cenas cotidianas da vida das mulheres. A expressão “cultura do estupro” repercutiu nas ruas e nas redes, principalmente após o caso de estupro de uma menina de 16 anos, no Rio de Janeiro. Segundo a ONU Mulheres, cultura do estupro é “o termo usado para abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Ou seja: quando, em uma sociedade, a violência sexual é normalizada por meio da culpabilização da vítima, isso significa que existe uma cultura do estupro”. De acordo com a engenheira e diretora da mulher da Fisenge, Simone Baía, a campanha tem o objetivo de representar formas de manifestação da cultura do estupro em diversos espaços. “Além de denunciar a cultura do estupro, tivemos o cuidado de realçar o protagonismo feminino e a capacidade de solidariedade entre nós, mulheres”, afirmou Simone.
Dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos, uma mulher sofre violência sexual no Brasil. Embora os dados sejam alarmantes, ainda há o enfrentamento da subnotificação, uma vez que as mulheres temem a denúncia pela cultura do estupro, que culpabiliza a vítima, protege o agressor e normaliza a tese de que os corpos femininos são públicos. “Precisamos romper os silenciamentos, manter a mobilização nas ruas e combater todos os dias as piadas e os assédios. Por isso, a atuação em rede é fundamental entre nós, sempre com empatia e solidariedade na organização coletiva”, destacou Simone. As peças são de autoria da ilustradora Teenage Micha e representam situações no transporte público, na rua, no trabalho, na universidade e no lar.
Confira as peças abaixo: