O Coletivo de Mulheres do SengePR tradicionalmente indica mulheres profissionais das engenharias para concorrer ao Prêmio Enedina Alves, uma homenagem do CREA-PR à vida e obra da engenheira civil Enedina Alves, a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira mulher negra do Brasil. A premiação celebra as conquistas e realizações profissionais de engenheiras, agrônomas e geocientistas, com caráter cultural e sem fins lucrativos.
Todos os anos, o Coletivo de Mulheres do SengePR indica sete profissionais, uma de cada modalidade das Câmaras Especializadas do CREA-PR: Agronomia; Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho; Engenharia Civil; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Metalúrgica; Engenharia Química, Geologia e Minas e Engenharia Florestal. Este ano, duas das profissionais indicadas pelo SengePR foram selecionadas: Mary Stela Bischof, engenheira agrônoma, e Gisele Monteiro, engenheira eletricista. A cerimônia de premiação ocorreu no dia 18 de junho, às 17h, no espaço da Connect Week, um dos principais eventos de inovação do país.
Mary Stela Bischof é engenheira agrônoma especializada em Desenvolvimento Rural, Agricultura Biológica Biodinâmica e Gestão Pública, com mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural. Com mais de três décadas de atuação, ela se dedica à assistência técnica e extensão rural, focando em uma agricultura sustentável e no fortalecimento da agricultura familiar. Bischof trabalha no IDR-Paraná (EMATER) e participa ativamente de entidades de classe, incluindo o SengePR, onde foi diretora regional e estadual, e do Coletivo Estadual de Mulheres do Senge e da FISENGE. Ela defende a agricultura familiar, a extensão rural pública e o protagonismo das mulheres em todas as áreas, além de lutar por uma sociedade menos desigual.
Gisele Monteiro é engenheira eletricista com especialização em Proteção de Sistemas Elétricos, Finanças, MBA Executivo em Administração e em Desenvolvimento Humano de Gestores. Ela tem experiência acadêmica como professora de pós-graduação em mercado de energia e regulação do setor elétrico. Na Copel, ocupou posições de liderança em áreas como eficiência energética, regulação, tarifas e comercialização de energia, culminando na função de Head de Mercado de Energia.
Para Agatha Branco, vice-presidente e atual diretora do Coletivo de Mulheres do SengePR, a ação tem o objetivo de visibilizar o trabalho e protagonizar os talentos de mulheres que atuam nas mais diversas áreas das engenharias, um segmento que ainda é majoritariamente masculino. Agatha destaca que a premiação vai além de uma noite de celebração; é uma oportunidade de ressignificar o olhar e permitir que diferentes grupos compreendam a importância do papel das mulheres na engenharia, desde a pioneira Enedina até os dias atuais.
A história de Enedina Alves Marques é notável. Formada em Engenharia Civil em 1945, ela se destacou como a primeira mulher diplomada nessa área na região Sul do Brasil e a primeira engenheira negra do país. Aos 32 anos, sua presença na solenidade de formatura ao lado de 32 homens foi um marco de grande curiosidade e importância para a sociedade curitibana, demonstrando sua capacidade de superar barreiras em um campo hegemonicamente masculino e branco. O Prêmio Enedina foi criado pelo Comitê de Mulheres do Conselho para celebrar e reconhecer os esforços de mulheres engenheiras que seguem o exemplo de Enedina, desbravando e moldando o futuro de suas áreas de atuação.
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Fonte: Senge-PR
Foto: @coletivodemulheres_sengepr / @senge_parana