Ontem (10/11), aconteceu a eleição do Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge-PE). Com oito mulheres na composição, a chapa “Engenharia, democracia e igualdade” elegeu a engenheira civil, Eloisa Moraes, como presidente da entidade. “Sabemos que vem muita luta pela frente. Mas, estaremos todos juntos, a classe trabalhadora – as engenheiras e os engenheiros incluídos – para reconquistarmos direitos perdidos, como a previdência social; para anular as privatizações, como a da Eletrobras, e impedir que outras empresas estratégicas sejam entregues ao capital privado; para recolocar a engenharia no seu papel principal de mover a economia brasileira e garantir um país soberano e democrático”, afirmou Eloisa.
Eleito diretor de divulgação e cultura do Senge-PE, Roberto Freire acredita que há um desafio imenso pela frente na defesa dos direitos. “O Brasil passou por uma reforma trabalhista que aumentou o desemprego, a informalidade e piorou as condições de trabalho; e ainda tentou destruir o movimento sindical. Mas mostramos que há muita resistência na luta da classe trabalhadora por uma sociedade igualitária e democrática”, disse. Roberto Freire é engenheiro eletricista e presidente da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros).
Para Eloisa, o avanço das mulheres na ocupação dos espaços de poder do sindicato foi um processo natural. “Sempre tivemos mulheres na direção. Ser a Diretora Presidente será um desafio, mas tenho o compromisso de toda a chapa de exercemos juntos esta gestão. Ocupar espaços nas entidades e no Sistema Confea-Crea é fundamental para as mulheres que, hoje, representam 20% dos profissionais”, contou e ainda acrescentou: “nós, mulheres engenheiras, temos gratidão pela engenheira Alméria Carniato, primeira mulher presidente do Senge-PB, que abriu os caminhos para outras gerações. E seguiremos honrando essa estrada de luta das mulheres”.
Sobre Eloisa
Eloisa Basto Amorim de Moraes é natural de Pernambuco, graduada em Engenharia Civil e Mestre em Engenharia de Transporte pela Universidade Federal de Pernambuco. É engenheira da autarquia de urbanização do Recife desde 1986. Atua também como projetista de instalações prediais, pavimentação e drenagem urbana, contenção de encostas e etapeamento de obras. Participou da revisão do Plano diretor da cidade do Recife. Desde estudante, participa de atividades para inserção das mulheres na engenharia impulsionada pela atuação do seu tio Eldenor Moraes na presidência do Clube de Engenharia de Pernambuco. Dedica-se, ainda, à fiscalização de obras públicas urbanas, primando pela qualidade dos serviços à comunidade, exercendo a engenharia como vetor de melhoria urbana. Sua primeira participação no movimento sindical aconteceu, em 1994, quando foi convidada a compor a diretoria após uma atuação na diretoria do Clube de Engenharia de Pernambuco.
Foto: Joka Madruga/Fisenge