Em Natal, engenheira fala sobre assédio moral no ambiente de trabalho

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Negociação coletiva e os efeitos do assédio no ambiente de trabalho. Este foi o tema da palestra ministrada pela engenheira e diretora da mulher da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros), Simone Baía, no último dia 03/06, em Natal (RN). De acordo com o presidente do Sindicato dos Engenheiros Agrônomos do Rio Grande do Norte (SEA-RN), Arruda Junior, muitos trabalhadores sequer sabem o que configura assédio moral. “Assédio moral configura desde o momento que você manda uma mensagem para um trabalhador fora do horário de expediente ou em um final de semana cobrando alguma coisa do trabalho ou a forma como você cobra. Ou mesmo quando excluem os trabalhadores dos processos e ciclos de organização. Desta forma, o trabalhador adoece”, disse.
Simone explicou que existem diversos tipos de assédio como: ascendente, descendente, horizontal e organizacional. “Estas manifestações de assédio prejudicam a saúde mental e física dos trabalhadores, além de prejudicar o desempenho e os processos dentro da própria empresa”, explicou Simone que ainda explanou sobre as legislações e normas vigentes. “Atualmente, temos a lei 14.457/2022 que prevê a obrigatoriedade de treinamentos contra o assédio nas empresas que tenham CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), já que assédio moral é considerado acidente de trabalho”, acrescentou Simone que também trouxe um caso real de um engenheiro que sofreu assédio moral durante um estágio e até hoje sofre com as consequências.
Arruda destacou a participação relevante de engenheiros e engenheiras no evento. “Foi muito importante a presença de Simone que falou sobre o contexto do acordo coletivo de trabalho. Muitas vezes, as empresas negociam os acordos coletivos e retiram cláusulas sociais que são benefícios históricos de luta por conta de cláusulas financeiras de abonos. E o movimento sindical na defesa dos direitos dos engenheiros e das engenheiras é fundamental para os avanços”, reforçou Arruda.
A engenheira e diretora da Mútua-RN, Lindalva Dantas, destacou que há muitos relatos de assédio moral na engenharia. “O acordo coletivo é um instrumento importante de combate aos assédios a às violências”, pontuou Lindalva. Simone exemplificou alguns casos com as histórias em quadrinhos da Engenheira Eugênia que são produzidas pelo Coletivo de Mulheres da Fisenge. “Assédio moral é uma questão de saúde do trabalhador e da trabalhadora. Como sindicalistas, podemos incluir cláusulas de combate ao assédio moral nos acordos e convenções coletivas. Para isso, precisamos que as engenheiras e os engenheiros participem dos sindicatos”, destacou Simone.