Cavalaria, tiros, bombas de gás e efeito moral e sprays de pimenta. Esses foram os instrumentos utilizados pela Polícia Militar para expulsar, na madrugada do último domingo (22), as cerca de seis mil pessoas que há oito anos moravam na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).
Conforme relato dos moradores, a ação violenta da PM – que invadiu a área para forçar a desocupação com um contingente de dois mil policiais – deixou um grande número de pessoas feridas.
Essa ação é mais um exemplo de que o Estado negligencia os direitos mais elementares dos trabalhadores, enquanto coloca todos os seus esforços na defesa dos interesses de determinados grupos econômicos. Longe de assumir uma postura neutra, governo e prefeitura não hesitam em massacrar o direito à moradia de seis mil pessoas, em prol do direito à propriedade de poucos.
Por oito anos, os moradores do Pinheirinho construíram sua vida no local, sem que o estado garantisse qualquer serviço público ou saneamento básico. O bairro foi construído no terreno de uma fábrica abandonada, cujo proprietário é o especulador Naji Nahas, famoso por aplicar golpes milionários e condenado por lavagem de dinheiro e corrupção.
Por trás dessa desocupação, estão os interesses do setor imobiliário da cidade e das grandes construtoras que pretendem lucrar com o terreno após a expulsão das famílias.
Nesta segunda-feira, dia 23, foi realizado em Curitiba um ato em solidariedade as essas trabalhadoras e trabalhadores que foram duplamente expropriados de seus direitos. Por não terem seu direito à moradia garantido, foram obrigados a construir suas residências em um bairro irregular e abandonado pelo Estado. Ao tomarem em suas mãos o exercício do direito à moradia, foram violentamente expulsos de suas casas, sem qualquer garantia de uma nova habitação.
Fonte: Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba