Em defesa da Amazônia, engenheiros cobram responsabilidade do Estado brasileiro

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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) demonstram que, em relação ao ano de 2018, o número de focos de incêndio florestal aumentou 84% no período de janeiro de 2019 a agosto de 2019, sendo que 54% ocorrem na Amazônia. Concomitante a estas informações, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, mantém uma política ambiental descomprometida com os recursos naturais, a fiscalização e a preservação de nossas florestas. Em seus primeiros meses de governo, Bolsonaro atuou pelo desmonte do Ibama e do Inpe. Em janeiro e fevereiro de 2018 foram aplicadas 1.580 multas pelo IBAMA. No mesmo período de 2019, esse número diminuiu em 27,9% (1.139 multas). Além disso, declarações oficiais do presidente incentivaram uma ocupação predatória da Amazônia, de grilagem e atuação armada nos territórios.

Os incêndios que devastam a Amazônia nesta semana são escandalosos e exigem responsabilidade do Estado brasileiro em defesa das florestas, das águas, da biodiversidade e dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Diante deste atentado ambiental, o presidente proferiu, ainda, ilações culpabilizando, de forma irresponsável e sem provas, as ONGs pelo incêndio. Este cenário desencadeou uma crise internacional com protestos em diversos países

É preciso afirmar a soberania nacional e Amazônia como um patrimônio público brasileiro, e não admitir a mercantilização e intervenção internacional em nossas florestas e terras. As cinzas que hoje habitam as terras da região norte de nosso país cobrarão um alto preço do futuro do Brasil e do mundo. A Amazônia é estratégica para a soberania, o bem-viver e a soberania dos povos. Nós, engenheiros e engenheiras da Fisenge, reivindicamos a responsabilidade do Estado brasileiro com uma política ambiental responsável e comprometida com a soberania nacional.

Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2019

Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros

Foto: Aqua/Nasa