Em ato unificado, centrais sindicais dizem ‘não’ ao desemprego e redução de salários

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Centenas de manifestantes, trabalhadores de todas as categorias, se uniram em frente ao edifício-sede da Vale, na Av. Graça Aranha, Centro do Rio, na tarde do dia 11.  O ato unificado foi convocado pelas centrais sindicais CUT e Conlutas. Com gritos “1, 2, 3, 4, 5 mil, ou param as demissões ou paramos o Brasil”, os trabalhadores reivindicavam o fim da política de demissões em massa realizada pela empresa, que, sob o pretexto da crise, demitiu milhares no Brasil e no exterior.

O presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, esteve presente no ato e lembrou que esta foi mais uma atividade do Dia Nacional de Luta pelo Emprego e pelo Salário, que contou com manifestações nas principais capitais do país. “A manutenção dos empregos é fundamental para superar a crise. Somos totalmente contrários à posição da Central Sindical, que negociou a redução dos salários do trabalhador”, afirmou Artur em entrevista.

O presidente da CUT disse ainda ser um absurdo uma empresa como a Vale, que “foi doada por R$ 3 milhões e que hoje vale R$ 123 milhões” possa afirmar que a crise a levou a demitir e flexibilizar os empregos. “O presidente da Vale vem a público dizer que estamos numa situação de exceção e que por isso precisamos de medidas de exceção. No entanto essas medidas são a flexibilização dos direitos, suspensão dos contratos de trabalho, demissões em massa férias coletivas, redução dos salários. Isto nada mais é do que oportunismo”, desabafou.

O coordenador Nacional de Lutas da Conlutas, Zé Maria, que também é contra a política de flexibilização dos direitos dos trabalhadores, afirmou que o lugar das centrais sindicais de todo o país deve ser na linha de frente contra a redução de empregos e salários. “Devemos continuar a luta pela manutenção dos empregos. Se for preciso, convocaremos greves gerais para conter essa política neoliberal de ataque ao trabalhador”, disse.

Também participaram do ato deputados estaduais do PT Gilberto Palmares e Rodrigo Neves, líder da bancada do partido na Alerj, dirigentes das CUTs regionais, como Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, o líder do PSTU Cyro Garcia e dirigentes de sindicatos do Rio de Janeiro.

Via Anchieta é fechada em São Paulo
Outro grande ato convocado pela CUT hoje foi o fechamento da Via Anchieta, no KM 23, em São Bernardo do Campo, na manhã de ontem (11). Lá, trabalhadores metalúrgicos do ABC fizeram protesto contra a onda de demissões em frente à Volkswagen. O Sindicato dos Metalúrgicos informou que o ato tem como objetivo exigir medidas contra:
– falta de responsabilidade social dos empresários;
– demissões e redução de salário;
– oportunismo das empresas por usar a crise mundial como desculpa para demitir;
– retenção de crédito que impede, dificulta e encarece o financiamento ao consumidor final, apesar de recentes medidas para aumentar a liquidez, como a diminuição do compulsório;
– spread (lucro dos bancos com empréstimo) no Brasil, que é o maior do mundo e 11 vezes maior que o dos países desenvolvidos;
– taxa básica de juros, também a maior do mundo.

Foto e texto: Silvana Sá