Eletrobras recusa proposta dos trabalhadores e mobilização continua

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Na tarde desta quinta-feira, dia 1º de agosto, aconteceu mais uma audiência de conciliação do dissídio coletivo entre Eletrobras e dirigentes sindicais, no Tribunal Superior do Trabalho (TST).Após intransigência da empresa para ouvir as reivindicações dos trabalhadores, a negociação foi para dissídio no TST, que teve início na segunda-feira, dia 29. O presidente do tribunal, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, apresentou uma proposta que, na opinião dos trabalhadores, era positiva. No entanto, a Eletrobras não aceitou e se retirou da negociação. A proposta previa aumento salarial de 1% sobre a inflação, retroativo a maio deste ano, outro reajuste no mesmo percentual em janeiro de 2014 e, em setembro de 2014, 0,5%, cumulativos, garantida a correção da inflação medida pelo IPCA, além da validade do acordo por dois anos. O diretor de relações sindicais da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Fernando Jogaib, esteve na audiência e avalia que há uma tentativa clara da empresa para forçar um acordo rebaixado. “Além da falta de vontade política da holding, percebemos a sua falta de autonomia em relação ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), ligado ao Ministério de Planejamento”, questionou Jogaib. Diante da negativa da Eletrobras, os trabalhadores decidiram retornar à greve. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Franklin Moreira, esta prática intransigente das empresas têm sido cada vez mais frequente. Durante o governo Lula, mesmo nos períodos mais difíceis, tivemos ganho real. Agora, as empresas negociam mal e não cumprem os acordos. A alegação tem sido de que a Eletrobras perdeu receita, mas os trabalhadores não podem pagar por isso. Esperamos que haja uma retomada da negociação”, destacou.

Diversas assembleias foram realizadas hoje, dia 2. Em Rondônia, os trabalhadores retornarão à greve na segunda-feira, dia 5. “A Eletrobras está rebaixando nosso acordo coletivo, mesmo diante da alternativa apresentada pelo presidente do TST. A empresa insiste em piorar a situação, em vez de negociar. Falta pouco para fecharmos o acordo e esperamos que o governo faça uma leitura adequada da situação. Para nós, trabalhadores, não resta alternativa que não seja a greve como instrumento legítimo de pressão”, explicou o diretor da Fisenge, José Ezequiel Ramos, engenheiro da empresa Ceron, em Rondônia. O Rio de Janeiro tirou a mesma posição e irá retornar à greve na segunda. “Suspendemos a greve para atender a posição de conciliação do TST, mas diante do desacordo, a greve continua. Desde os anos 1990, o sistema Eletrobras atua de acordo com a política de mercado, e não pelo custo”, declarou o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Miguel Sampaio.

Fonte: Comunicação Fisenge

Foto: Claudionor Santo