Eletrobras premia demissões

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O governo federal vai premiar os dirigentes das estatais do grupo Eletrobras que conseguirem maior número de demissões de funcionários, por meio do Plano de Incentivo ao Desligamento (PID).Em ofício do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), órgão do Ministério do Planejamento, encaminhado ao secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, o item cinco diz que “a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos dirigentes está condicionada ao alcance de redução de metas do PMSO” (Plano de Redução de Pessoal, Material, Serviços e Outras Despesas). O objetivo é “alinhar os instrumentos de gestão aos objetivos do Plano de Incentivo ao Desligamento”. Em 2012, o valor médio pago a cada um dos diretores da empresa, a título de PLR, foi de R$ 72,5 mil.

De acordo com o documento encaminhado à pasta de Minas e Energia, em 13 de maio, o dirigente que conseguir uma redução de 30% ou mais na quantidade de funcionários terá dois honorários de PLR. Quem reduzir de 20% a 30% terá 1,5 honorário como limite. Os diretores que diminuírem o quadro em até 20% receberão um honorário apenas. O grupo Eletrobras tem 19 empresas do setor produtivo, incluindo Furnas, Eletronorte e Eletrosul. A companhia pretende ter adesões de até cinco mil funcionários com o plano de demissão, o que representa cerca de 18% do total de 28 mil empregados das empresas do grupo. “O PID deve ter uma maior repercussão nas áreas administrativas, nas quais a sinergia entre as empresas é maior”, afirma o presidente da Eletrobras, José da Costa.

 

Prejuízo bilionário

Em 2012, pressionada por uma série de perdas bilionárias, que incluíram a renovação das concessões de energia decidida pelo governo federal, a estatal amargou um resultado negativo de R$ 6,9 bilhões. Diante disso, a companhia anunciou um plano de redução de 30% no orçamento de custeio nos próximos três anos. Em meio a esse esvaziamento, o Conselho de Administração da Eletrobras aprovou, no fim do mês passado, o PID. Poderão aderir ao plano empregados que têm mais de 20 anos de casa e os aposentados pelo INSS, independente do tempo de vínculo empregatício com a empresa.

O processo de desligamento começará no dia 10 de junho e se estenderá até 10 de julho. A saída dos empregados será dividida em duas etapas: a primeira ocorrerá entre 12 de julho e 13 de dezembro, e a segunda entre 14 de janeiro e 14 de novembro de 2014. De acordo com informações da Eletrobras, a companhia ainda não consegue precisar o custo total do plano, já que depende do número de empregados que aderir ao PID, mas estima que poderá ficar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.

 

A assessoria de imprensa da estatal informou que o montante remunerado a sua diretoria executiva, como PLR, em 2012, foi de R$ 435 mil. Desse modo, em média, o valor total pago a cada um dos seis diretores da empresa, em 2012, foi de R$ 72.579,00, o equivalente a 1,7 honorário. A assessoria informa ainda que o item cinco do ofício “não trata de aumento da PLR, mas do condicionamento do pagamento à redução das despesas com Pessoal, Manutenção, Serviços e Outros (PMSO) de cada diretoria”. De acordo com a estatal, o assunto ainda está sendo analisado pelo Conselho de Administração da empresa.  “O PID deve ter uma maior repercussão nas áreas administrativas, nas quais a sinergia entre as empresas é maior” José da Costa, presidente da Eletrobras.

Fonte: Correio Braziliense