Com pessoal da administração e da manutenção em greve, categoria mantém 100% da operação, acima do exigido pela Justiça e sem prejuízos à população, para forçar o governo a negociar
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Trabalhadores querem saída do presidente da Eletrobras, responsável, segundo eles, pela política privatista
São Paulo – Segundo o coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Fernando Pereira, a greve de três dias anunciada pelos trabalhadores da Eletrobras, que teve início na primeira hora desta segunda-feira (11), conta com ampla adesão dos setores administrativo e de manutenção em todo o país. Já o setor de operações funciona com o quadro completo, sem prejuízos à população.
Pereira diz que o fato de o setor operacional não ter paralisado é uma demonstração de “boa vontade” da categoria, já que até mesmo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em decisão que reconheceu a legalidade da greve, estabeleceu funcionamento mínimo de 75%.
Segundo o CNE, ligado à Federação Nacional dos Urbanitários (FNU-CUT), a categoria quer a derrubada de projetos em tramitação na Câmara e no Senado que tem como objetivo a privatização da Eletrobras, e também são contra projeto de portabilidade da conta de energia, que, segundo eles, traria consequências desastrosas para as distribuidoras. Os eletricitários também reivindicam a saída imediata do presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Ferreira Júnior, identificado como símbolo do processo de privatização e de destruição da estatal.
“Nesse momento, estamos dando uma demonstração que o nosso interesse não é prejudicar a população, queremos resguardar nossos direitos e manter a Eletrobras pública, o que é bom para todos. Sem a privatização, significa que a nossa conta de luz não vai disparar, como disparou o combustível durante a semana de greve. Esse é o nosso compromisso”, declarou o coordenador do CNE.
Os trabalhadores esperam, ainda na manhã desta segunda, que a Eletrobras apresente uma nova proposta de acordo coletivo de trabalho (ACT), já que aquela que foi apresentada na última quinta-feira (7) foi rejeitada pela categoria, pois trazia reajuste dos salários abaixo da inflação e a retirada de cláusulas previstas em acordos anteriores.
FONTE: RBA