O Brasil precisa de uma reforma mais urgente do que qualquer uma realizada recentemente e que se está pleiteando no momento. Trata-se da reforma de ideias. E, com ela, de rumos. Desde que mergulhou no discurso reformista, se observa que a nação bate cabeça para retomada do emprego, da renda e do desenvolvimento social e econômico. Promessas das reformas trabalhista, que retirou direitos dos trabalhadores, e da previdência, que piorou os critérios para se aposentar e não trouxe os investimentos internacionais.
Agora, o Brasil flerta com uma “reforma administrativa” que aumenta a “informalidade” no setor público, abrindo espaços para currais eleitorais e “rachadinhas” políticas, sem mexer na parte mais onerosa, que é o andar de cima do serviço público.
Além disso, se soma a reforma da estrutura de Estado Brasileira, repaginada no conceito “desestatização ou capitalização” que, no fundo, é mais uma forma de reduzir a soberania nacional, como no caso da Eletrobras, e aumentar os custos para o povo brasileiro.
Há cinco anos o Brasil está sem rumo e em rota de colisão com alguns desastres sociais e econômicos, como mostram diversos estudos do DIEESE.
O PIB, no primeiro trimestre de 2021, cresceu apenas 1,2% em relação ao mesmo período de 2020, voltando ao mesmo patamar do final de 2019.
A taxa que combina desocupados e desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho) passou de 16,0%, no primeiro trimestre de 2020, para 19,5%, no mesmo período de 2021. Em março de 2020, início da pandemia no Brasil, havia cerca de 13,5 milhões de pessoas na extrema pobreza. O contingente que, em março deste ano, havia aumentado em 784 mil pessoas.
O preço da cesta básica de alimentos aumentou consideravelmente em todas as capitais onde é pesquisada pelo DIEESE. No acumulado dos 12 meses encerrados em junho de 2021, esse aumento correspondeu, em Brasília, a 29,9%; em Porto Alegre, a 25,3%; e, em Florianópolis, a 24,8%.
Diante de dados assim, é preciso dar um freio em reformas e privatizações que ampliam a desigualdade em nosso país e seguir por um caminho que realmente gere investimentos, retome empregos, controle os preços dos combustíveis, água e luz,, preserve o meio ambiente e a saúde das pessoas. O Brasil precisa e merece uma reforma de ideias e de rumos.
Fonte: Senge PR
Foto: divulgação STF