Com mobilização permanente e amplitude na resistência, podemos ter esperança. Este foi o mote da contribuição do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) no debate sobre Estado, Emprego e o Setor de Serviços, no I seminário “Contra a crise, pelo emprego e pela inclusão”, do Simpósio SOS Brasil Soberano, neste dia 31/3.
Marine Moraes (Senge-PE)
O deputado falou sobre o enfrentamento diário na Câmara Federal, com a implementação acelerada de um projeto de não conciliação da direita, “não há uma semana que uma proposta desse projeto não seja colocada em pauta”, informou. Na próxima semana, será votada a renegociação da dívida do Rio de Janeiro, que pretende garantir três anos de carência para o não pagamento da dívida do estado. Em troca, o Governo do Rio garantirá a ampliação da contribuição previdenciária dos servidores do Estado e a privatização do conjunto das estatais que ainda existe, a exemplo da CEDAE.
O perigo do ataque às empresas brasileiras também foi alertado por Glauber. Na opinião do deputado, é preciso ver as grandes empresas nacionais como patrimônio público, como instrumentos importantes para o projeto nacional de desenvolvimento. O que não quer dizer deixar de combater a corrupção, “quando o dirigente de uma empresa brasileira, seja ela qual for, for denunciado, ele tem que deixar o cargo e ser responsabilizado, mas precisamos preservar a empresa”, declarou.
Porém, foi com entusiasmo que ele enfatizou duas importantes vitórias naquela Casa Legislativa, a primeira a não aprovação da PEC que permitiria às universidades públicas a possibilidade de cobrar mensalidade de cursos de extensão e pós graduação, a segunda foi a votação da terceirização que, apesar do pesadelo de sua aprovação, teve uma votação importante (231 a 188 votos), o que reflete a influência das discussões nas ruas e nos demais espaços sociais nas decisões dos parlamentares, mais uma demonstração pública de que é possível ter esperança em uma grande virada.
“Precisamos enfrentar e resistir a esse conjunto de medidas. E só conseguiremos se houver amplitude. Se a gente vai ter amplitude para resistir, a gente tem que elaborar uma proposta para colocar no lugar deste programa. E a primeira coisa é desfazer o que está acontecendo agora. Se temos um governo que aprovou uma PEC que congela o investimento público por 20 anos, por exemplo, temos que desfazer. Desfazer o que o governo fez e ter autoridade política para fazer um projeto político novo, construído não só nos espaços que já dialogamos, mas sim em toda sociedade brasileira. Um projeto político nosso, de defesa do Brasil e do povo brasileiro. Não se resolve a atual situação brasileira sem um amplo processo de mobilização social permanente”, concluiu.