Dossiê mostra problemas no leilão da Copel Telecom

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Se você é líder de mercado, tem presença em todas as cidades do Paraná e é a mais admirada pelos seus clientes, leiloaria seu negócio mesmo sabendo que ele só vai crescer nos próximos anos? O governador Ratinho Junior (PSD) inova dizendo que um mal negócio é bom. O DIEESE do Paraná fez um relatório antes do leilão marcado para novembro questionando os motivos do governo e mostrando – com números e fatos – que os paranaenses só têm a perder com a privataria. Esse parecer foi apresentado em uma transmissão ao vivo nas redes sociais pelo DIEESE, Fórum em Defesa da Copel Telecom e Senge-PR.

O leilão da Copel Telecom tem lance inicial de R$ 1,4 bilhões e deve ser realizado na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). O comprador leva 100% das ações, menos os empregados. Só que de 2011 a 2019, a Copel distribuiu em proventos R$ 5 bilhões. Deste montante, R$ 1,7 bilhões foram a mais do que o mínimo determina a lei. Isso revela uma política dos governadores Beto Richa (PSDB), Cida Borguetti (PP) e Ratinho Junior (PSD) de dar mais dinheiro aos acionista do que, por exemplo, controlar e reduzir as tarifas cobradas dos consumidores.

NÚMEROS

5 bilhões – lucro distribuído aos acionistas

3,3 bilhões – lucro mínimo de 25% que poderia ser entregue

1,7 bilhão – grana a mais para o bolso do mercado

1,4 bilhão – preço mínimo do leilão da Copel Telecom

Laudo do DIEESE aponta empresa sólida e competitiva

A privataria da Copel Telecom tem muitos problemas. O primeiro delas é a falta de participação do povo na decisão por meio de um plebiscito. É o famoso patrimonialismo. Como governador, Ratinho acha que pode tratar o interesse público como privado. O segundo problema é o valor que não paga os investimentos feitos na última década. Quem reforma sua casa para depois morar nela de aluguel?

As inconsistências são maiores. O estudo do DIEESE revela que a principal justificativa utilizada pelos defensores do processo de privatização da Copel Telecom “é de que a venda deste ativo levará a melhoria do caixa do Grupo Copel, e que resultará na alavancagem dos investimentos no setor de energia”.

Todavia, isso pode não ocorrer, já que conforme manifestações de analistas de mercado, a melhoria das condições econômico-financeira do Grupo Copel resultará em redução dos índices de endividamentos.

“A privatização da Copel Telecom pode não resultar em aumento dos investimentos por parte da Copel Energia, mas pode sim resultar somente em mais dividendos para os acionistas”, alerta o DIEESE.

Ratinho coloca a venda empresa Líder de mercado e com presença nos 399 municípios

A Copel Telecom atua no segmento de telecomunicações desde o ano de 1998, oferecendo a mais alta tecnologia para empresas, poderes públicos e também no varejo para clientes residenciais de 85 municípios. Ela está presente nos 399 municípios paranaenses, com rede de fibra óptica de qualidade de 36,1 mil km. Além disso, a empresa fornece link de dados para aproximadamente 2,2 mil escolas da rede estadual de educação.

A empresa possui 22% de participação no mercado paranaense de fibra óptica (praticamente o dobro do segundo colocado) onde é líder e de 10% no mercado geral de banda larga fixa. Tem 200 mil clientes e foi eleita melhor operadora de banda larga do Brasil, conforme Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida da ANATEL.

VALE MUITO MAIS

Quem quer comprar a Telecom e por quê

Líder de mercado e estruturada. Um negócio pronto e com muito futuro. Na última década, a Copel destinou o montante de R$ 1,7 bilhão em valores reais para a realização de investimentos. O valor é maior do que o preço mínimo do leilão. Já aí é uma perda para o Paraná. Quem arrematar a empresa, está de olho em sua rede e presença em todo o Paraná para oferecer internet fixa, TV a cabo e até tecnologia 5G. É isso que o governo entrega de mão beijada.

::. Baixe o Boletim Pura Energia e o Estudo do DIEESE

 

Por Manoel Ramires/Senge-PR

Foto: Luciana Santos/Senge-PR