PERSEGUIÇÃO, RETROCESSO E AUTORITARISMO
Sexta-feira, dia 14/07/2023, o Engenheiro Ikaro Chaves, ex-dirigente sindical, ex-conselheiro eleito do Conselho de Administração da Eletronorte e uma das lideranças, em nível nacional, da luta contra a privatização da Eletrobras, e agora, da luta pela reestatização da empresa, recebeu a informação que a empresa abriu processo contra ele, objetivando a sua demissão , por justa causa, dando prazo de 5 (cinco) dias úteis para que apresente sua defesa, por escrito, contra as acusações da companhia.
Atitudes como essa demonstram que estamos na contramão. Voltamos ao autoritarismo de gestores que usam do poder para eliminar qualquer pessoa que aponte razões contrárias ou se coloque “no caminho”, “atrapalhando” suas ambições.
Além do óbvio transtorno ao colega Ikaro, causam medo nos demais empregados, que tendem a se calar por receio de também perderem seus empregos.
E isso ocorre na mesma empresaria, recém-privatizada, que pretendia demitir 1.500 empregados e só não o fez por determinação judicial.
Copelianos, não estamos longe dessa realidade. A Copel, outrora orgulho de seus empregados, já age de forma similar. Despontam ações em menor escala, mas que já sinalizam que teremos o mesmo padrão *truculento* de gestão.
Quem ousa falar que não concorda com a corporation, recebe “orientações” do gestor para não fazê-lo.
Lembram da vaia ao Presidente Daniel nos corredores? Colegas foram advertidos.
Chegam a processar um Deputado, com imunidade parlamentar, por apontar falhas da empresa na tribuna da Assembleia Legislativa. Pior, dizem livremente em live na Internet que farão o mesmo com quem tiver comportamento parecido.
Se isso acontece enquanto a empresa ainda é pública, imaginem o que acontecerá quando for privada! A Eletrobras não foi modelo somente para o processo de venda. Está sendo modelo de gestão.
Passou do momento de agir! Quem acha que esconder-se e omitir-se vai resolver está *errado!* A pressão virá para todos. Primeiro demitirão os mais “salientes”. Depois aqueles que não performarem adequadamente. Para aqueles que ficarem, o ambiente se tornará tão tóxico e insuportavel, a ponto de adoecerem ou solicitarem demissão. Alguns colegas dirão que já está assim. Não se iludam! Vai ser bem pior!
Conclamo a todos que integrem os movimentos em prol da Copel pública, enquanto é tempo. Precisamos, todos, nos manifestar pelo Ikaro, que também luta pela Copel. Antes que tenhamos o mesmo acontecendo aqui.
Não podemos admitir que a maior empresa do Paraná, inúmeras vezes premiada pela excelência de serviço, siga o caminho da Eletrobras e das demais empresas do setor.
Ao contrário do que afirma o Governador, ser uma das poucas empresas públicas do setor é exatamente o que garantiu à Copel o fornecimento de energia de qualidade e ao menor preço do Brasil. Integrar o rol de empresas privadas é partir para o sucateamento da empresa.
A luta só está começando! Não nos entregaremos enquanto houver esperança e força pra enfrentar essas barbáries!
Leandro Grassmann
Presidente do SENGE-PR
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados