Diretora da Fisenge debate inserção das mulheres nas engenharias

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O debate foi promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia

Barreiras baseadas em estereótipos de gênero ainda impedem a inserção das mulheres em áreas estratégicas na educação e no mundo do trabalho. Para discutir essa situação, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM) promoveu no dia 22/4, no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador, a mesa redonda ‘A Inserção das Mulheres no Campo de Trabalho das Engenharias e das Novas Tecnologias’. A diretora da Fisenge, conselheira e diretora financeira do Crea-BA, Silvana Palmeira apresentou uma palestra sobre a história da inserção das mulheres na engenharia e a importância das políticas de gênero. “A participação tem crescido nas áreas das exatas e tecnologia. No entanto, a maioria das mulheres ainda não tem uma percepção clara, de que somente participando de fóruns decisórios, haverá maior contribuição para as questões de gênero”, afirmou. Durante pronunciamento, a Secretária Olívia Santana lembrou a importância do debate, já que para tratar do empoderamento da mulher é preciso discutir áreas estratégicas do mercado de trabalho. “O empoderamento não é só na perspectiva política. É preciso garantir autonomia financeira, e para isso, é necessário abrir espaços em áreas mais valorizadas no mercado de trabalho”, explicou.

Um exemplo de promoção de políticas de gênero aconteceu na Universidade Federal da Bahia(UFBA). De acordo com a chefe de Gabinete da Reitoria da universidade, Suani Tavares, as mulheres pautaram a questão da dilatação de prazo para conclusão de mestrado e doutorado para mulheres gestantes, no CNPQ. “Em princípio, seria algo óbvio, uma vez que a mulher vai dar à luz, terá uma infinidade de atividades a realizar por conta do nascimento da criança, mas de acordo com Suani, o assunto nunca tinha sido pautado”, comenta Silvana Palmeira
Em sua palestra, Silvana lembrou que, apesar das mulheres ocuparem cerca de 30% dos cargos de direção na área acadêmica, ainda existe um enorme gargalo no campo do trabalho formal. ” O que vemos é que ainda persiste, em algumas empresas, o descumprimento de requisitos legais mínimos, como por exemplo, ausência de sanitário dedicado às mulheres, pontuou.

Neste sentido, o presidente da empresa Bahiagás, Luis Raimundo Gavaza informou que, por conta do Programa de Equidade de Gênero, conseguiram exigir que nas empresas terceirizadas, prestadoras de serviço, fossem instalados banheiros para as funcionárias.
Já com relação à questão da discriminação no que tange à contratação e pagamento de salários, tratada na palestra de Silvana, a representante do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Jussara Tanajura discorda da semântica. De acordo com Jussara, “a questão não é discriminação, e sim de limitação. “As empresas da construção civil, antes de contratarem, optam por engenheiros, porque algumas não têm condição de bancar dois funcionários, quando a mulher fica gestante”, explicou.

O objetivo, segundo a secretária Olívia Santana, foi buscar alternativas de políticas públicas que conduzam o mercado de trabalho baiano a uma nova realidade, possibilitando oportunidades iguais para homens e mulheres. O evento tem a parceria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e tem o propósito de ampliar a presença das mulheres baianas em áreas ainda pouco sensíveis à equidade de gênero, conforme diretriz do governo brasileiro e da ONU Mulheres, que trabalham pelo empoderamento do gênero em todas as áreas sociais e da economia.

Participaram do evento compondo a Mesa – Olívia Santana – Secretária da Pasta, Roberto de Pinho – Ch. Gabinete Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação BA, a Profa Dra em Ensino de Ciências da Columbia Katemari Rosa – University, Lázaro Cunha – Diretor de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado BA (Fapesb) (direita) Suani Tavares – Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Tatiana Bittencourt Dumêt – Diretora da Escola Politécnica da UFBA, Silvana Palmeira – Conselheira e Diretora Financeira do CREA-BA, representando o Presidente do CREA BA, Marco Amigo, Luis Raimundo Gavaza – Presidente da Bahiagás, e Jussara Tanajura representando o presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado da Bahia (Sinduscon-BA).