O preço da cesta básica aumentou em 2013 nas 18 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com as duas maiores altas registradas em cidades do Nordeste: Salvador (16,74%) e Natal (14,07%). O terceiro maior aumento foi apurado em Campo Grande (12,38%). Entre as metrópoles, o valor cresceu 11,95% no Rio de Janeiro, 11,83% em Porto Alegre, 7,35% em Belo Horizonte e 7,33% em São Paulo. As menores variações foram as de Goiânia (4,37%) e Brasília (4,99%).
Segundo o instituto, cinco itens tiveram alta de preço em todas as cidades: leite, farinha de trigo, banana, pão francês e batata. No caso do leite in natura, o aumento chegou 28,24% em Belém – o crescimento foi superior a 13% em quase todas as capitais pesquisadas, à exceção de Manaus (6,18%). “Ao longo do ano, a elevação de preços no varejo foi influenciada pela queda de oferta de leite e maior demanda das empresas de laticínios”, diz o Dieese.
A farinha de trigo, cujo preço é pesquisado no Centro-Sul, aumentou 67,06% em Florianópolis, 55,56% em Campo Grande, 46,24% em Goiânia, 37,96% em Porto Alegre, 33,47% em Curitiba, 31,25% em Brasília e 30,72% em São Paulo. ”A dificuldade de importação do trigo da Argentina e a perda de parte da produção no Rio Grande do Sul devido às chuvas elevaram o preço do bem”, informa o instituto.
Já a alta do pão francês variou de 2,13%, em Aracaju, a 24,17% em Campo Grande. A variação é explicada pela alta do principal insumo, a farinha de trigo. Com a produção influenciada por fatores climáticos, a banana teve altas que foram de 4,46%, em Brasília, a 73,89% em Natal.
Item com peso expressivo na composição da cesta básica, a carne bovina só não aumentou em Brasília (-0,49%) no ano passado. As maiores altas foram apuradas em Salvador (14,71%), Curitiba (12,55%), Campo Grande (11,11%) e Rio de Janeiro (10,37%). “A carne passou por período de entressafra a partir de meados do ano, o que restringiu a oferta de animais para abate. Soma-se a isso o aumento do valor do custo de reposição das matrizes e dos demais insumos de produção em 2013”, analisa o Dieese.
O arroz mostrou tendência de queda em 15 das 18 capitais pesquisadas, com destaque para Aracaju (-23,06%), Salvador (-19,15%) e Campo Grande (-13,82%). A maior alta foi a de Manaus, onde o produto aumentou 10,07%. “Nos primeiros meses de 2013, os rizicultores aguardavam o início da colheita com perspectivas de maior produtividade, apesar da redução da área plantada. A maior oferta pressionou para baixo os preços ao longo do ano. A comercialização do arroz esteve, na maioria dos meses de 2013, limitada uma vez que os produtores apresentaram pouco interesse de venda, aguardando melhores cotações para seu produto.”
No último mês de 2013, o preço aumentou em 15 cidades (chegando a 7,95% em Goiânia e a 7,86% em Florianópolis), ficou estável em uma (Vitória) e caiu em duas (-0,88% em Aracaju e -0,43% no Rio de Janeiro). Os maiores valores foram registrados em Porto Alegre (R$ 329,18), São Paulo (R$ 327,24) e Vitória (R$ 321,39) e os menores, em Aracaju (R$ 216,78), João Pessoa (R$ 258,81) e Salvador (R$ 265,13). Com base no custo da cesta gaúcha, o Dieese calculou em R$ 2.765,44 o valor necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família. Isso equivale a 4,08 vezes o salário mínimo em vigor em dezembro (R$ 678). Essa proporção era de 4,07 vezes em novembro e de de 4,12 em dezembro de 2012.
Escrito por: Rede Brasil Atual