A qualidade e o custo do transporte coletivo urbano nas capitais brasileiras têm gerado descontentamento e protestos por parte da população, que tem procurado alternativas para locomoção mais ágil e econômica. A partir desta premissa, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) elaborou a Nota Técnica 157, lançada no dia 8 de abril, para discutir o impacto econômico e social junto aos trabalhadores do atual sistema de transporte público urbano.
Alguns dados importantes do estudo:
– Entre as capitais, São Paulo e Rio de Janeiro possuem a tarifa mais alta de ônibus (R$3,80), e São Luís a mais baixa (R$2,60). Houve reajuste de até 16% em pelo menos 15 capitais, só no início deste ano.
– São Paulo é a cidade no mundo com maior impacto do preço da tarifa de ônibus em relação ao salário mínimo: quase 17%, em média, acima de Cidade do México, Santiago, e mesmo Londres e Nova York.
– Segundo o PNAD/IBGE (2012), somente 40% dos trabalhadores brasileiros recebem algum tipo de auxílio-transporte. Com elevada informalidade, característica do nosso mercado de trabalho, esse auxílio chega menos à população de baixa renda.
A entidade destaca a questão do custeio como um dos aspectos mais importantes no debate sobre transporte público atualmente. As propostas de tarifa zero, apoiadas por diversos movimentos sociais, vão de encontro ao ideal de que “o usuário precisa pagar” ao defender que, assim como saúde e educação, transporte público também pode ser garantido gratuitamente pelo Estado. A gratuidade do sistema de transportes é realidade em algumas cidades, especialmente nos EUA e Europa, com modelos que podem inspirar um projeto brasileiro a nível nacional.
Fonte: Dieese